Zona Franca corre risco com Reforma Tributária, explica presidente do Cieam
O presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, deu um panorama sobre o cenário econômico local durante a pandemia e abordou também como a Reforma Tributária pode afetar o modelo econômico. Conduzida pelo jornalista e cientista político, Jack Serafim, a entrevista está disponível nas redes sociais do Portal do Holanda e na Tv Holanda.
De acordo com o economista, a unificação de impostos proposta na Reforma Tributária afeta diretamente a Zona Franca de Manaus e anula a sua "competitividade" econômica em relação aos demais estados.
"O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) é o nosso grande diferencial tributário hoje, federal. É o único imposto que nós temos isenção, essa cadeia que nos permite ser competitivos economicamente falando. Se você unifica dentro dessa reforma e cria o IVA(Imposto sobre valor agregado), você tira essa vantagem", esclareceu.
Ainda segundo Périco, outra medida proposta na reforma é que o valor cobrado do imposto seja no destino, ou seja, o estado que comprar é o que terá direito a arrecadação - isso afeta diretamente a arrecadação do ente federativo de origem, no caso Amazonas, e deve provocar um déficit.
"Se fala [também] em cobrar esse imposto no destino, hoje tudo o que se produz aqui fica aqui. Se vier aprovada, com a redação que a gente tem, vamos ter duas perdas: Vamos deixar de ter competitividade na atividade e vai ficar deficitário. Perderemos na atração de investimento quanto na arrecadação", explicou.
Em relação a pandemia mundial do coronavírus, o empresário afirmou que não foi a pandemia que afetou o comércio e sim o isolamento social. Fabricantes de produtos, peças vendiam para concessionárias, que ficaram fechadas por conta das medidas impostas pelo governo para conter a transmissão do vírus.
"O comércio fechado causou esse impacto e essa falta de comercialização para indústria. Espero que essa retomada gradual se mantenha dentro do programa estabelecido [pelo governo] para que nós possamos alavancar o novo mercado. [Precisamos saber] qual o tamanho desse mercado para que as empresas possam atender essa nova realidade", disse.
Confira a entrevista completa.
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