Manaus/AM - A apresentação de Felipe Gomes de Araújo, 26, e João Victor da Rocha Maduro, 19, suspeitos de participarem do assassinato do motorista Higson Cavalcante, 49, foi marcada pelo pedido de perdão da mãe de João a família da vítima.

Emocionada, a mulher que prefere não ser identificada acompanhou a coletiva e fez questão de expressar a decepção pelo ato do jovem:

“Eu não passei a mão na cabeça do meu filho em momento nenhum. Eu peço perdão, eu sei que isso não vai pagar nada do que aconteceu. Mas eu quero que eles fiquem ciente de que eu como mulher, serva de Deus, trouxe ele aqui para pagar pelo que ele fez”, desabafou.

Em entrevista a equipe do Portal do Holanda, a mulher contou que desde o caso veio à tona, ela confrontou o filho que confessou ter participado do assalto, mas nega ter esfaqueado o motorista:

“Ele não esfaqueou, apenas pegou o dinheiro. O menor no calor da emoção, esfaqueou o senhor. Ele estava muito drogado e acabou matando o homem”, afirma.

A mãe contou ainda que o filho era uma boa pessoa, mas ao conhecer Felipe, o “Chacal”, acabou se perdendo no mundo do crime:

“Ele começou a cometer coisas erradas, andar com más amizades e foi preso porque vendia drogas. No meu coração eu sentia que ele tinha alguma coisa a ver, eu sou rígido, o pai é rígido e por causa das más companhias ele está aí exposto”.

Ela revelou também que nos últimos dias têm vivido sob o medo e que a família, incluindo seus outros cinco filhos, tem sofrido ameaças:

“Deram 3 tiros na frente da minha casa, eu não saio, eu fico trancada dentro de casa, estamos sendo ameaçados. Eu tenho seis filhos com o João Vitor. Ele começou amizade com esse rapaz (Chacal) e olha aí no que deu”.

Envergonhada, ela conta que por iniciativa própria levou João a delegacia na manhã de hoje. Momentos antes, ele teria feito a confissão a ela. Durante a coletiva ocorrida nessa manhã na DEHS, o delegado Paulo Martins contou que o grupo tinha a intenção de assaltar Higson, mas como todos moravam no mesmo bairro, o trio temeu ser reconhecido pela vítima e por isso, decidiu matá-lo.

Martins ainda afirmou que além do menor, Chacal ou João também teriam desferido alguns golpes que levaram a morte de Cavalcante. Para ele, as provas são mais que suficientes para uma condenação.