Brasil Paralelo usa sem autorização cenas de 'Tropa de Elite' em publicidade
ouça este conteúdo
|
readme
|
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um comercial da produtora Brasil Paralelo usou, sem autorização, cenas de "Tropa de Elite" e "Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro" para promover um filme próprio, chamado "Oficina do Diabo".

Amazonas pode sofrer queda drástica de temperatura
O cineasta José Padilha, que dirigiu, escreveu e produziu os dois filmes, disse à reportagem que condena a atitude da Brasil Paralelo. A postagem é de 12 de abril.
"Fazer um trailer deturpando e usando meus filmes foi o maior desrespeito já feito ao meu trabalho. Usar o Wagner Moura para vender um filme medíocre do qual ele não faz parte é abominável. O mesmo vale para os outros atores."
Segundo o cineasta, foi enviada uma carta à Brasil Paralelo solicitando a remoção do conteúdo, mas o pedido foi ignorado. A reportagem questionou a assessoria da plataforma, mas não teve resposta até a publicação deste texto.
Após observar que as imagens de seus filmes compõem boa parte do comercial da Brasil Paralelo, Padilha afirma: "Isso é pirataria? Na história do cinema não há estúdio, streamer ou produtor de audiovisual que tenha feito algo semelhante".
"Pergunto aos acionistas e usuários da Brasil Paralelo: vocês estão de acordo com esse trailer? O Brasil Paralelo respeita a propriedade intelectual de terceiros? O capitalismo pressupõe o respeito à propriedade intelectual? Nas palavras do capitão Nascimento: 'Nunca serão. Jamais'."
A publicidade sugere que "Oficina do Diabo", o primeiro trabalho ficcional da plataforma, poderia ter uma influência e repercussão na sociedade brasileira da mesma forma que os filmes de Padilha. Ainda é citada a série "O Gambito da Rainha", da Netflix, que teria despertado novamente o interesse do público pelo xadrez.
O filme da produtora sofreu adiamentos e esteve no alvo de polêmicas após ser anunciado como uma adaptação do livro "Cartas de um Diabo a seu Aprendiz", de C.S. Lewis -mas a empresa não tinha os direitos da obra e removeu as referências ao clássico de seus materiais.

ASSUNTOS: Arte e Cultura