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Nasi, da banda Ira!, diz respeitar conservadores após polêmica em show

Por Folha de São Paulo

23/04/2025 17h15 — em
Arte e Cultura


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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O vocalista Nasi Valadão, da banda Ira!, se manifestou nesta quarta (23) sobre um embate com bolsonaristas no show de Contagem, em Minas Gerais, em 29 de março, e o consequente cancelamento de algumas apresentações da banda em cidades do Sul.

A Folha de S.Paulo conseguiu o vídeo em primeira mão, antes de sua publicação nas redes sociais do grupo.

Em sua reflexão, Nasi afirma respeitar os conservadores de direita, desde que dentro dos limites democráticos. "Não tenho nada contra quem é conservador, com quem é de direita democrática. A democracia é o nosso limite, entendeu? Eu respeito quem é conservador, eu respeito quem é progressista, eu respeito quem é liberal. Isso faz parte, são peças do tabuleiro, do xadrez, da política e da sociedade brasileira", diz o músico no vídeo.

"O que aconteceu naquela noite? Não foi para tudo isso", diz o cantor, relembrando os acontecimentos. "Corria o show normalmente em Contagem, quando a maioria absoluta do público ficou gritando ‘sem anistia’ [aos responsáveis pelos ataques golpistas do 8 de janeiro]. No final da música, eu ratifiquei a opinião deles, porque é assim que eu penso. Me solidarizei."

"Foi aí que um pequeno grupo, lá no fundo, vaiou. Não vaiou só a mim, vaiou o público. Normal, democrático, perfeito. Aí, eu me manifestei sobre a manifestação deles. Falei que eles não entendiam a história do Ira, mas acabei levando muita coisa para o pessoal."

Naquela ocasião, Nasi havia dito que "tem gente que nos segue e é reacionário, tem gente que é bolsonarista. Isso não tem nada a ver, gente. Por favor, vão embora da nossa vida! Vão embora e não apareçam mais em shows, não comprem nossos discos".

Após o ocorrido, a produtora 3LM Entretenimento cancelou shows da banda em quatro cidades de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. Segundo nota da empresa, "recebemos inúmeros pedidos de cancelamento de ingressos adquiridos, desistência de patrocinadores e o risco claro de não progressão das vendas até as datas dos shows".

Foram cancelados shows em Jaraguá do Sul e Blumenau, em Santa Catarina; e Caxias do Sul e Pelotas, no Rio Grande do Sul. Posteriormente, outros dois shows, marcados para novembro, foram suspensos nas cidades gaúchas de Passo Fundo e Novo Hamburgo.

Por outro lado, o empresário da banda, Valadão Júnior, diz que, apesar do prejuízo, também houve aumento de interesse após a confusão. "Dobramos a venda em Porto Alegre e esgotamos diversos outros shows, por exemplo."

Outros shows, mesmo os marcados em locais identificados como redutos bolsonaristas ou em encontros de motociclistas, têm ocorrido normalmente, como os realizados recentemente em Boa Vista, em Roraima, Ipatinga, Minas Gerais, e Morrinhos, em Goiás.

"Estamos em paz, ensaiando como nunca para o 'Acústico 20 Anos', e vamos em frente, trabalhando e retornando à normalidade, em paz e focados. Vida que segue", afirma Júnior.

A banda está na estrada com turnê em comemoração aos 20 anos do disco "Acústico MTV", que vendeu 1 milhão de cópias entre CDs e DVDs e é um grande sucesso na trajetória do grupo. O setlist inclui músicas como "O Girassol", "Tarde Vazia", "Envelheço na Cidade", "Dias de Luta" e "Flores em Você".


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