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Por que o papa Francisco criticou exposição com Jesus crucificado em avião militar

Por Folha de São Paulo

21/04/2025 15h30 — em
Arte e Cultura


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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Papa Francisco, morto nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, censurou uma exposição de arte em Buenos Aires, sua cidade natal. Se tratava da mostra "León Ferrari: Obras 1954–2004", que reunia obras do artista argentino. Entre elas, uma peça controversa, que irritou Francisco, mostrava Jesus crucificado em um avião militar americano, numa crítica ao uso da religião para justificar violência.

À época, em 2004, Francisco ainda era cardeal, e era conhecido apenas como Jorge Bergoglio. Escreveu uma carta pastoral, onde disse que a exposição era uma blasfêmia e que estava triste por ver uma mostra daquele tipo num espaço cultural "sustentado pelo dinheiro que cristãos e pessoas de boa vontade contribuem por meio de seus impostos".

Ferrari, o artista, disse que as críticas foram um excelente tipo de publicidade para seu trabalho, e que a polêmica fez bem a ele. Apesar disso, a controvérsia levou ao fechamento da exposição.

Várias das obras de Ferrari criticam a Igreja Católica. Ele uniu, por exemplo, imagens de santos a objetos como raladores de queijo. À Folha, o artista disse que Jesus foi intolerante e fascista.

Parte do acervo da mostra criticada pelo papa Francisco foi exibido na exposição "León Ferrari: Entre Ditaduras", no Masp, em São Paulo, há dez anos.

O anúncio da morte do papa foi feito pelo cardeal Kevin Farrell, por meio de uma mensagem de vídeo do Vaticano, nesta segunda. "Queridos irmãos e irmãs, é com profunda tristeza que devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco", disse Farrell. "Às 7h35 desta manhã (2h35 de Brasília), o bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai."


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