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Tim Bernardes lança 'compacto rock and roll de sambas' com duas músicas

Por Folha de São Paulo

29/04/2025 9h15 — em
Arte e Cultura


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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O cantor Tim Bernardes lança nesta terça-feira (29) duas músicas novas num pacote que ele define como um "compacto rock and roll de sambas". São gravações do líder da banda O Terno de composições próprias que foram registradas anteriormente por Maria Bethânia e Alaíde Costa.

O compacto traz Bernardes cantando "Prudência", interpretada pela baiana no álbum "Noturno", de 2021, e "Praga", feita em parceria com Erasmo Carlos, e gravada pela carioca em "O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim", de 2022. Além do lançamento digital, os dois singles sairão em vinil, à venda a partir do dia 6 de maio, pela Coala Records.

O músico paulistano surge interpretando suas composições no formato voz e violão. "Curiosamente, são dois sambas", ele diz, em comunicado. "Embora eu venha do rock and roll de São Paulo, vira e mexe acabava escrevendo um samba-canção como se fossem os anos 1950. Nos tempos do meu primeiro pé na bunda, com 17 anos, eu tinha no meu iPod o disco ‘Jamelão canta Lupicínio’, com a Orquestra Tabajara, e me identificava com aquelas sofrências dramáticas de quase cem anos de idade."

Embora tenha lançado sambas, Bernardes afirma que enxerga suas influências do gênero pela lente do rock. "De certa forma sinto o Lupicínio sangrento e direto como um Tarantino, e o Nelson Cavaquinho da pesada que nem o Black Sabbath. Então sinto que é um compacto de sambas mas também é um compacto de rock and roll para mim", diz. "Cru e from hell."

Ao ouvir "Prudência", definida por Bernardes como uma "batalha interna entre o lado passional e o lado controlador na cabeça do ex-boêmio romântico", Caetano Veloso achou que a irmã tinha garimpado algum clássico antigo para incluir em seu repertório. "Nada poderia ser um elogio maior do que essa enganada no Caetano", diz o compositor.

A gravação também embaralha as noções de temporalidade, já que Bernardes registrou uma performance ao vivo com equipamentos antigos usados no clássico programa "Ensaio", da TV Cultura. "O take do vídeo acabou sendo tão desprevenido e cru que desbancou o do estúdio e é o que vocês ouvem no single", diz.

O músico, nascido em 1991, também faz uma brincadeira com o que chama de "mindfuck temporal". "Encontraram as fitas perdidas do meu ‘MPB Especial’ do começo dos anos 1970. Mesmos microfones, mesmas câmeras, aquele zoom, viagem no tempo", afirma.

Já "Praga" veio da ideia de fazer "uma canção venenosa de cabaré samba-canção —a praga da mulher que largou o bêbado", ele diz. "Quis produzir uma gravação meio samba de terror, porque se não fosse rock and roll não teria muita graça para mim", diz. "Amo quando a Alaíde canta ‘bibida’. Lenda total."

Atualmente, Tim Bernardes está numa entressafra —após a turnê que marca o começo de um hiato nas atividades da banda O Terno e as gravações do sucessor de "Mil Coisas Invisíveis", seu segundo disco solo, de 2022. Também embarca neste mês para Europa, onde faz shows em Berlim, Paris, Bruxelas e Utrecht.

PRUDÊNCIA/PRAGA

- Quando Lançamento digital nesta terça-feira (29)

- Onde Nas plataformas digitais e em vinil

- Autoria Tim Bernardes

- Gravadora Independente/Coala Records


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