Saiba quem é o atirador de Munique que matou 9 na Alemanha
MUNIQUE — O atirador que matou nove pessoas em um shopping de Munique era obcecado por tiroteios em massa e provavelmente não tinha ligações com o grupo Estado Islâmico (EI), informou a polícia alemã neste sábado. Ele foi identificado como Ali Sonboly por alguns veículos de comunicação britânicos. Ao menos 27 pessoas ficaram feridas, incluindo crianças, e três turcos estão entre os mortos.
De acordo com o "Telegraph", o suspeito foi identificado localmente como Ali Sonboly e usou uma conta falsa no Facebook para postar um anúncio oferecendo comida de graça no McDonald´s e em uma tentativa de atrair as suas vítimas. A informação sobre o nome não foi confirmada pelas autoridades.
A polícia encontrou no quarto do autor do ataque, um jovem de cidadania alemã-iraniana de 18 anos, recortes de jornais sobre atentados e informações sobre pessoas desequilibradas e autoras de chacinas.
Nesse sentido, os investigadores disseram existir um vínculo evidente entre o tiroteio em Munique e o assassino supremacista norueguês Anders Behring Breivik, anunciou o chefe da polícia.
De acordo com o representante do ministério Público, o jovem seria desequilibrado sem nenhum tipo de motivação política e sem registros na polícia. Ele padecia de uma forma de depressão, assinalou, por sua vez, o promotor da cidade, Thomas Steinkraus-Koch, pedindo prudência sobre as informações que indicavam que o atirador teria estado submetido a um tratamento psiquiátrico.
Era pouco antes das 16h GMT (13h, horário de Brasília) quando o assassino começou a atirar em uma loja da rede McDonald's e depois no shopping Olympia, antes de se suicidar.
Ele estava armado com uma pistola Glock de 9 milímetros e teria gritado “eu sou alemão” durante o ataque. Segundo a emissora alemã NTV, o atirador também pareceu proferir insultos racistas enquanto disparava, “o que pode fazer pensar em um ato extremista de direita”, de acordo com a polícia
Este foi o terceiro ataque contra civis na Europa Ocidental em menos de dez dias, depois do atentado com um caminhão em Nice (sul da França), em 14 de julho, que deixou 84 mortos, e de um ataque com um machado em um trem na Baviera, que resultou em cinco feridos.
A chanceler alemã, Angela Merkel, convocou para este sábado, em Berlim, uma reunião de seu Conselho Federal de Segurança para analisar a situação.
O atirador, que morava em Munique, foi encontrado mais tarde pela polícia, já morto, às 18h30 GMT (15h30, horário de Brasília), quando se constatou que ele havia se suicidado. O corpo estava a cerca de um quilômetros do shopping, informou a agência alemã de notícias DPA.
No decorrer do ataque, as ruas se esvaziaram rapidamente, bares e cafés fecharam as portas, e o transporte público chegou a ser interrompido.
Líderes de todo o mundo expressaram solidariedade. O presidente americano, Barack Obama, prometeu às autoridades alemães todo o apoio de que precisarem, enquanto o chefe de Estado francês, François Hollande, dirigiu uma mensagem pessoal de apoio a Angela Merkel.
Na madrugada deste sábado, Hollande classificou o ataque como um novo ato desprezível.
“O ataque terrorista que atingiu Munique, deixando inúmeroas vítimas, é um novo ato desprezível, que visa a tomar a Alemanha de pavor, depois de outros países europeus. Ela enfrentará. Ela pode contar com a amizade e a cooperação da França”, afirma Hollande, na nota divulgada pelo Palácio do Eliseu.
“Preocupado e acompanhando a evolução do ataque em Munique. O povo alemão conta com todo nosso apoio e afeto”, tuitou na sexta-feira o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy.
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