Polícia divulga foto do suspeito de ataque terrorista em mesquita de Berlim
O tunisiano suspeito de atacar uma feira de Natal, em Berlim, na Alemanha, foi fotografado em uma mesquita horas depois do atentado. Segundo a polícia, Anis Amri dirigia o caminhão que atropelou uma multidão, deixando 12 mortos e 48 feridos, na noite de segunda-feira (19). Ele segue desaparecido.
As fotos, divulgadas pelo jornal alemão “Bild”, mostram Anis Amri com um casaco de frio e um gorro na entrada de uma mesquita em um tradicional bairro operário de Moabit, no centro de Berlim. As imagens mostram o tunisiano em imagens capturadas em de 14 e 15 de dezembro e depois na segunda-feira à noite.
Essa mesquita é conhecida, segundo o Serviço Secreto Alemão, pela ligação dos seus organizadores com o Estado Islâmico. Polícia alemã tinha câmera na saída da mesquita, segundo informações do Jornal da Globo. O “Bild” afirma que a polícia chegou a essa conclusão após escutas telefônicas.
Logo depois do atentado, a polícia prendeu um paquistanês, que foi considerado suspeito por deixar o local do atentado correndo. Um civil alemão o perseguiu e avisou a polícia. No dia seguinte, ele foi liberado por falta de provas.
A polícia só começou a perseguir Anis Amri depois que autorização de residência provisória foi encontrada sob o banco do caminhão. Na quinta-feira (23), os investigadores divulgaram ter encontrado digitais de Anis Amri na porta e no volante do veículo.
Apelo da família
Walid Amri disse à agência que o irmão mantinha contato com os familiares por telefone e pelo Facebook. “Eu peço a ele que se entregue à polícia. Se ficar provado que ele está envolvido, nós nos dissociamos dele”. O irmão também contou que a família ficou abalada ao saber da suposta ligação de Anis com o ataque.
Walid disse que o irmão pode ter se radicalizado na prisão na Itália, para onde foi depois de deixar a Tunísia na onda dos levantes da Primavera Árabe.
Intensificação das buscas
Na quinta, policiais fizeram operações de busca em Berlim e na cidade de Dortmund. A caçada internacional ao principal suspeito no ataque gerou questionamentos e a ira da opinião pública na Alemanha, segundo a Deutsche Welle. Muitas pessoas se perguntam como foi possível Anis Amri evitar a prisão e a deportação, embora estivesse no radar das agências de segurança da Alemanha.
A Alemanha anunciou, na quarta, que oferece uma recompensa de até 100 mil euros (equivalente a cerca de R$ 350 mil), para quem tiver pistas sobre o suspeito.
Investigação
A chanceler alemã, Angela Merkel, tentou tranquilizar seu país, dizendo nesta quinta que espera a rápida prisão do tunisiano.
A Associated Press afirmou que o tunisiano estava sob investigação desde 14 de março, por ser considerado uma ameaça - ele estaria tentando comprar armas automáticas para usar no ataque. Amri já havia sido acusado de envolvimento com tráfico de drogas e de participar de uma briga em um bar. Mas como não havia provas, a vigilância foi suspensa em setembro.
Segundo a CNN, ele já havia sido preso em agosto, no sul da Alemanha, quando viajava para a Itália, por portar documentos falsificados. Na ocasião, ele foi liberado por um juiz.
De acordo com o jornal "Süddeutsche Zeitung", o tunisiano esteve em contato com a rede de um importante ideólogo islâmico conhecido como Abu Walaa, recentemente preso por provável ligação com o Estado Islâmico.
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