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Líder de movimento feminista diz que Winter foi expulsa por sumir com dinheiro para protesto

Por Portal Do Holanda

15/06/2020 11h05 — em
Mundo


Foto: Sara Winter/Twitter/Reprodução

A ativista Sara Winter, presa nesta segunda-feira (15) em Brasília em uma investigação sobre movimentos antidemocráticos, foi excluída do grupo feminista Femen em 2012 acusada de "desaparecer" após receber dinheiro para fazer protesto que não foi realizado e espalhar mentiras sobre a organização. As afirmações são de Inna Schevchenko, líder do Femen, em entrevista ao G1 por e-mail.

Segundo um site de notícias do Globo, Femen é um grupo feminista fundado na Ucrânia, famoso por protestos em várias partes do mundo de mulheres com seios à mostra e frases escritas no corpo. Na época em que deixou o grupo, Sara negou o uso irregular de dinheiro enviado pela matriz e disse que a organização assumiu uma postura “ditatorial” com as integrantes brasileiras.

"O engajamento político recente da Sara Winter e as desinformações que ela espalhou sobre o movimento feminista nos últimos anos são uma vergonha", afirma Inna.

A filiação de Sara ao Femen ocorreu há oito anos, quando ela foi até a Ucrânia. Naquele ano, ela chegou a protestar pela cassação do então deputado federal Jair Bolsonaro, de quem hoje é aliada, segundo o inquérito das fake news.

"Ela se apresentou naquela época como uma dedicada feminista que queria liderar o movimento feminista no Brasil. Quando ela voltou ao Brasil, nós descobrimos por alguns jornalistas locais que Sara Winter não era seu verdadeiro nome e que anteriormente ela estava envolvida em alguma organização estudantil de direita. Nossa surpresa e indignação foram enormes", conta a ucraniana de 29 anos.

Em 2012, quando confrontada pela líder do Femen sobre seu já existente envolvimento com movimentos de direita, Sara o teria atribuído a um "erro infantil".

"Ela chorou e pediu para não ser expulsa do movimento, uma vez que o ativismo feminista era sério para ela e ela também queria corrigir seu erro anterior. Como feministas, que têm que apoiar outras mulheres, nós decidimos confiar na Sara", relembra Inna Schevchenko.

A segunda chance, no entanto, durou poucos meses. O Femen afirma que enviou dinheiro para Sara viajar de São Paulo ao Rio para realizar um protesto que jamais foi realizado.

"No dia da ação ela simplesmente desapareceu", diz a ucraniana, que decidiu expulsá-la.

"Depois disso, Sara Winter começou uma campanha de desinformação vergonhosa contra o movimento feminista e contra a minha pessoa. Nós, entretanto, decidimos não abaixar ao nível dela e simplesmente ignoramos suas acusações ridículas, lamentando por ela".

Atualmente, o Femen diz que Sara tem "ideologias perigosas" e se tornou uma adversária de todas as feministas, negando os direitos e autonomia pessoal das mulheres.

Depois de ter sido alvo de busca e apreensão no inquérito das fake news, que também apura ataques a membros do Supremo Tribunal Federal (STF), Sara disse que iria "infernizar" a vida do ministro Alexandre de Moraes.

Ela é investigada também pela Procuradoria da República do Distrito Federal por suposta incitação à subversão da ordem social.

 

 

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O Portal do Holanda foi fundado em 14 de novembro de 2005. Primeiramente com uma coluna, que levou o nome de seu fundador, o jornalista Raimundo de Holanda. Depois passou para Blog do Holanda e por último Portal do Holanda. Foi um dos primeiros sítios de internet no Estado do Amazonas. É auditado pelo IVC e ComScore.

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