Emprego formal vai ter 56% das ocupações afetadas pela automação no Brasil
As tarefas ocupacionais do mercado de trabalho formal brasileiro poderão sofrer profundo impacto com o avanço das novas tecnologias nos próximos cinco anos. O diagnóstico faz parte do estudo inédito elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa prevê que até 56% das ocupações de emprego formal no Brasil deverão ser afetadas pelo processo de automação em decorrência das novas tecnologias, além de poderem sofrer eventuais ameaças de extinção.
A pesquisa faz parte do 61º boletim Radar – Tecnologia, Produção e Comércio Exterior. A análise teve como metodologia uma abordagem inovadora para classificar as ocupações com maior risco de automação ao considerar a importância (dada pela frequência) e a relevância das tarefas desempenhadas em cada ocupação. Os pesquisadores consideraram tecnologias já consolidadas e passíveis de implantação do ponto de vista regulatório num prazo de até cinco anos no cenário brasileiro.
O estudo foi elaborado pelo técnico de Planejamento e Pesquisa Luis Kubota, em parceria com Aguinaldo Nogueira Maciente. Os autores pretendem atualizar as estimativas com novos estudos sobre a dinâmica do emprego no país durante os próximos anos, incrementando a base de dados. Segundo Kubota, o estudo confirma o processo de "lenta adequação do mercado de trabalho brasileiro diante do avanço das novas tecnologias”.
O estudo apresenta ainda no diagnóstico que o país precisa se preparar não apenas para a continuidade da substituição de algumas ocupações já em declínio, mas também para o início da adequação de ocupações que foram importantes para o crescimento do emprego nos últimos quinze anos. A pesquisa ressalta que o debate sobre as novas tecnologias digitais e geração de emprego é uma das questões preponderantes do atual cenário econômico no país na perspectiva das transformações no mercado de trabalho.
Fonte: Ipea
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