'Abutre', 'Fome do Diabo', 'Cê que Sabe'
O nome de uma empresa é o primeiro passo de quem quer investir. É parte do negócio. O êxito depende de como esse nome é escolhido e a empatia que ele provoca no público. Recentemente inauguraram um restaurante nas proximidades do Viaduto Airton Sena com o nome de “Fome do Diabo”. Fechou em questão de semanas. Um lanche levou o nome de “Filho da Fruta”. O trocadilho é interessante, mas soou agressivo e o público não gostou. Motéis também investem na criatividade.
O “Cobras” - que ficava na Constantino Nery - demorou a fechar, mas não tinha público. O “Cê que Sabe” atraia e atrai casais e trai as mulheres quando o namorado pergunta: “para onde você que ir hoje?” Quando a amada ingenuamente responde “Cê que sabe”, e abre olhos já está na portaria do motel.
É inevitável o bate-rebate, pedidos de “mais rápido” e lençóis molhados. São nomes que dão certo, que geram empatia, porque são criativos, comerciais, fadados ao sucesso.
Agora, um site com o nome de “Abutre”, por mais sério que tente ser, por mais ético que sejam seus profissionais, é um erro, porque a informação podre não é para ser ser consumida, nem por quem a produz nem pelos que acabam usufruindo dela.
E ainda com risco de ser vítima de fake news, como o vídeo apócrifo exibido nesta quinta-feira.
Um homem entra na sede da prefeitura de Manaus filmando etapas de um suposto suborno e termina no banheiro onde um envelope contendo dinheiro é aberto. Tudo plantado, mas a informação de que a pessoa que abre o envelope é um motorista do “Abutre” pegou mal, menos pela propina, que aparentemente não existiu, claramente uma montagem para comprometer um agente público, mas pela invasão da sede de um poder para cometer um crime.
Qual o objetivo? Quem foi o mandante? Quem se beneficiou de um desgaste das imagens num primeiro momento de divulgação?
Essa gente precisa ser encontrada e punida com rigor.
ASSUNTOS: abutre, Manaus, propina
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.