Acreditando no que não existiu
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Jesus, essa figura carismática que mudou a história, teve a suposta ressurreição comemorada neste domingo com chocolate, bacalhau e pirarucu. Era mesmo para comemorar, mas tudo virou comércio.
Os dias anteriores, nos quais a tradição cristã indica que foi preso, torturado e crucificado, também teve comemoração: viagens, jantares, refúgio nas praias com amigos, muita cerveja e vinho.
Multidões deixaram as cidades num feriadão que teve de tudo. Menos demonstração de fé.
Por falar em Jesus, recebi crítica de uma leitora em relação a coluna do dia 16, quando disse que ele era um cara além de seu tempo, mas provavelmente não filho de deus.
Falei dos 12 homens que ele escolheu para divulgar seu programa que alteraria crenças e abrandaria os rigores impostos pela Torá, que os Judeus adotaram como lei - e que chamamos de Velho Testamento.
"Não eram doze homens extraordinários", disse ela. "Havia Judas , por exemplo, que o traiu".
Talvez tenha razão, mas há outra história sobre Judas, que consta em um livro renegado pela igreja, no qual o apóstolo afirma que ele foi escolhido por Jesus para entregá-lo aos romanos.
Também havia Thomé, que não acreditava no projeto de Jesus, não por falta de fé, mas por não achar viável a ideia da ressurreição. Houve ressurreição?
Ninguém sabe, exceto o que foi escrito por Lucas, Mateus e João, o que não significa que não seja uma história que colou.
Para os que acreditam na ressureição, muito chocolate, pirarucu e bacalhau.
Que venha outra Páscoa, outro feriadão.
ASSUNTOS: jesus, Páscoa, Ressurreição

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.