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Amazonas gasta R$ 2,4 bilhões e não consegue melhorar a saúde


Por Raimundo de Holanda

02/02/2020 23h16 — em
Bastidores da Política


  • Contribuinte banca essa conta e não vê contrapartida
  • Esse é um passivo de sucessivos governos
  • Falta usar o dinheiro da saúde para a saúde da população

Para uma  cidade que convive  com mortes violentas  todos os dias não é surpresa que estatísticas apontem que 30 crianças cardiopatas morreram ano passado em razão da falta de aparelhamento da rede pública de saúde.Quantas outras crianças perderam a vida em razão dessa alteração na estrutura do coração  e não fazem parte desses números ?  Talvez centenas. Para um sistema de saúde que gastou R$ 2,4 bilhões em 2019 os números não são apenas ruins: revelam a má aplicação de um dinheiro que sai do bolso do cidadão em forma de impostos e seu custo é alto para a população pobre, vitima da falta de segurança, da  violência, do desemprego, das injustiças, do descaso das autoridades.

Quando o imposto que incide sobre o pão, a carne, o  combustível, a conta da energia  não é aplicado na melhoria de serviços essenciais, deixa de ser imposto para se tornar extorsão.

A verdade é que não falta dinheiro para melhorar os serviços de saúde - e esse descaso é  um problema de sucessivos governos - falta boa fé, falta compaixão com os mais pobres, falta solidariedade, falta humanidade e, mais importante: falta usar o dinheiro da saúde para a saúde  da população, que contribui compulsoriamente para engordar o orçamento do Estado.

O fato de a primeira criança cardiopata ganhar o privilégio de sair de Manaus para se tratar fora do Estado não é o avanço que se deseja. O que se espera é que o Estado possa tratar suas crianças sem recorrer a outros centros. O que se espera são investimentos que produzam bons hospitais com capital intelectual para atender todas as demandas da população. Dinheiro não falta…

 

 

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ASSUNTOS: cardiopatia, crianças cardiopatas, governo do amazonas, Manaus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.