Amazonas precisa respirar
O Amazonas vive ao menos três grandes crises: a sanitária, com o crescimento dos casos de coronavírus; a econômica, com a paralisia da indústria e do comércio; e a política, que criou volume e força com a “Operação Sangria”, da Polícia Federal, na última terça-feira. São crises que tem consequências na vida dos cidadãos e que precisam ser sanadas.
O Estado não é o governo momentâneo ou virtual. Estado é uma instituição maior, uma sociedade política da qual todos fazemos parte. Mas neste momento de tensões, é o mais esquecido e o mais afetado, porque são as crises provocadas pela política que o enfraquecem, afetam o cidadão e tem consequências: perda de competitividade das empresas, encolhimento do espaço econômico, desemprego, enfraquecimento das instituições e insegurança jurídica.
A sensação de que o pior ainda está para acontecer gera um clima de profunda desconfiança - para os negócios (republicanos) e joga uma nuvem de incerteza sobre o futuro.
Enquanto os políticos, de um lado, buscam se livrar de acusações gravíssimas, outros pensam em eleição. Quem pensa no Estado como coração da sociedade, berço de cidadãos que querem viver, prosperar, trabalhar, ser respeitados, ter direitos garantidos, ser bem representados ? Ninguém., porque ninguém consegue separar Estado de Governo.
Essa crise que está aí é responsabilidade dos políticos. Ou de parte deles. E não se trata de coisa pequena. Para sair dela, o Estado ficará menor e a conta pelos erros de agora será paga, de alguma forma, pelos cidadãos - o que vai gerar mais pobreza, mais injustiça, mais insegurança.
De certa forma já chegamos ao fundo do poço.
ASSUNTOS: Amazonas, Corrupção, covid 19, Operação Sangria, Policia Federal, respiradores, Coronavírus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.