Amazonense não é otário, mas eles acham que sim...
Os amazonenses continuam sendo enganados. Primeiro foi a construção de Balbina, com o governo da época cooptando empresários e a imprensa para vender a ideia de que os residentes em Manaus teriam energia barata e sem apagões. Depois o gasoduto Coari Manaus. O discurso dos politicos era o de que haveria gás barato movimentando transporte público também barato na cidade, com usinas movidas com o novo combustivel e com a tarifa lá embaixo. O gasoduto consumiu R$ 4,4 bilhões, dos quais R$ 154 milhões em propinas pagas a políticos. E ainda não disse para que veio.
Agora, o Linhão de Tucuruí, que chegava com a promessa de energia barata, ‘à vontade’ e sem o risco dos apagões. Os manauaras esperaram mais de cinco anos por ele, desde que foi iniciado em 2009, até julho de 2013 quando o sistema foi interligado ao SIN.
Com quase dois mil quilômetros de extensão, o linhão de Tucuruí consumiu cerca de R$ 3,5 bilhões. O país deixou de ‘bancar’ R$ 2 bilhões por ano de custo de combustível consumido por Manaus, com suas usinas termelétricas. Barateou o custo da energia consumida pelos manauaras para o governo federal, mas não para quem mora em Manaus.
Aqui, os preços só aumentam e os apagões continuam. Na euforia do governo petista, ninguém avisou aos consumidores que não haveria ‘redução’ da tarifa com a chegada da energia mais barata da hidrelétrica de Tucuruí. Fomos ‘redondamente enganados’. Nos chamam de otários, não, não somos...
O QUE OS POLÍTICOS ACHAM DA CORRUPÇÃO
Pelo entendimento dos senadores a corrupção deles é um assunto ‘privativo’ do Senado. Ou seja, os desvios de conduta ou de recursos públicos para seu próprio benefício são crimes que devem ser analisados por eles próprios. Por isso, a maioria deles se sentiu ‘constrangido’ com a decisão do STF que tornou Renan Calheiros em réu.
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Em compensação, a força-tarefa da Operação Lava Jato venceu o prêmio Anti-Corrupção da Transparência Internacional em 2016, por sua ação intransigente contra o esquema de desvio de dinheiro público incrustado nos governos, nas casas políticas e nas grandes empreiteiras nacionais.
ENTRE LUTO E ARMADILHAS
A tragédia do time da Chapecoense tomou conta do noticiário da mídia brasileira a semana toda. Prendendo a atenção da população acabou criando uma ‘cortina de fumaça’ para os assuntos políticos que rolaram durante a semana passada. Enquanto as redes sociais e sites bombavam com fotografias e histórias sobre a tragédia, na calada da madrugada Marco Maia liderava os mais de 100 citados na Lava Jato para ‘corromperem’ o Pacote Anticorrupção na Câmara. E o ‘maior acordo de deleção’ já registrado no mundo ocupou as manchetes do fim de semana, mas abaixo do interesse popular no acompanhamento da operação de translado dos corpos de jornalistas e jogadores mortos na Colômbia.
DOMINGO DE PROTESTOS
Manifestações de protestos contra a corrupção vão pipocar neste domingo em todo o país.
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O presidente Michel Temer está na torcida para que o movimento das ruas leve o Congresso a paralisar votações de matérias que têm sido vistas como retaliação de deputados e senadores às investigações da Operação Lava-Jato.
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pretende levar à votação, na próxima terça-feira, o projeto que criminaliza o abuso de autoridade, mas os protestos de hoje poderão obrigar Renan a rever sua pauta famigerada.
PESCA ESPORTIVA
Dados da Amazonastur revelam que o Amazonas é um dos Estados mais procurados por turistas para a pesca esportiva e esportes náuticos, passeios fluviais com e sem pernoite, hotéis de selva e outras modalidades. A informação foi passada ontem durante audiência pública para debater o potencial do ecoturismo e a falta de incentivo para o seu desenvolvimento. Para o deputado Francisco Souza, da Comissão de Turismo e Empreendedorismo, "nosso Estado é uma potência nesse setor, mas a falta de incentivos ainda se torna um problema para avançar”.
ASSUNTOS: Apagão, balbina. linhao de tucurui, Corrupção, gasoduto coari Manaus, Lava Jato, maanus, Urucu
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.