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Amazônia: o risco do ‘Plano Flávio Dino’


Por Raimundo de Holanda

12/07/2023 19h27 — em
Bastidores da Política


  • Foi um erro o ministro Dino reunir semana passada com representantes de 23 países da União Europeia para apresentar um Plano de vigilância, ironicamente batizado de “Plano Amazônia: segurança e soberania”.Para quem resistia em fazer concessões sobre a Região, o governo Lula está indo longe demais.

A proposta do Ministro da Justiça, Flávio Dino, em utilizar recursos do Fundo Amazônia para o aparelhamento dos órgãos de segurança  na região Amazônica precisa ser avaliado com cautela. O Fundo tem uma função específica e não pode ser desvirtuado. O ministro tem excessos de ideias, mas precisa ser criativo. 

O Fundo Amazônia, que até ano passado arrecadou R$ 4 bilhões em doações, tem o objetivo de monitorar e combater o desmatamento, investir em projetos de reflorestamento, desenvolvimento cientifico e tecnológico, entre outros. Evidente que investir em polícia de monitoramento da floresta e políticas de inteligência é essencial. Mas é descabida a proposta do ministro de criar uma Polícia Internacional para monitorar a Amazônia. 

Já foi um erro crasso reunir semana passada com representantes de 23 países da União Europeia para apresentar um Plano de vigilância, ironicamente batizado de “Plano Amazonia: segurança e soberania”.Para quem resistia em fazer concessões sobre a Amazônia, o governo Lula está indo  longe demais.

Se a ideia do ministro Dino for colocada em prática, sendo realizados todos os seus devaneios (leia matéria abaixo), vai sobrar muito pouco para pesquisa e desenvolvimento. 

A  proteção da floresta depende menos de  forças de segurança, mas de uma valorização da educação e de alternativas de desenvolvimento para a região.  O risco do projeto de Dino é deixar a Amazônia sob tutela internacional.

Veja também:

Dino propõe usar recursos do fundo Amazônia para equipar segurança pública 

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ASSUNTOS: Amazônia, Flávio Dino, Lula, União Europeia

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.