Preocupa a informação de que famílias de crianças que sofrem bullyng ou são ameaçadas por colegas nas escolas da periferia de Manaus e outras capitais brasileiras procuram lideranças do tráfico e não a polícia para proteção dos menores.

Não são poucos os vídeos tornados públicos mostrando a atuação dos criminosos amputando língua e dedos de acusados de ameaça potencial às crianças em ambiente escolar.

Se as medidas adotadas pelos criminosos satisfazem famílias e revelam um falso sentimento de que os filhos estão seguros, expõem  de forma explícita a falência do Estado brasileiro. 

Se pais de alunos procuram criminosos e não a polícia, é porque o Estado divorciou-se do cidadão e abriu espaço para esses grupos atuarem de forma desinibida. Ou não exibiriam  vídeos das mutilações imputadas em supostos acusados, o que apenas reforça nas famílias  o respeito que procuram.

Num País  onde todos falam em ameaça ao Estado de Direito, em atos antidemocráticos e milícias digitais, é evidente a miopia das autoridades diante da verdadeira ameaça à liberdade e à democracia: o crescimento das organizações criminosas e o espaço que estão ocupando nas grandes e médias cidades.