Amigos caros e caros amigos
- Eu sei que você gostaria de ler outra coisa. Mas, convenhamos, a gente cansa desse veneno que se chama política…
Dezembro é um mês de renascimento. Muda o clima, mudam as pessoas. Tudo o que elas esconderam o ano todo passa a se revelar: o lado bom que julgávamos que algumas não tinham.
É um mês mágico e essa magia se reflete em comportamentos tão espontâneos quanto estranhos numa sociedade em que as pessoas desconfiam de tudo e de todos: os abraços apertados com cheiro de sol, o sorriso que ficou escondido por tanto tempo, olhares que se cruzam quando durante os 11 meses anteriores eram desviados um do outro.
Olhar nos olhos inspira confiança. É dezembro.
Eu sei que você gostaria de ler outra coisa. Mas, convenhamos, a gente cansa desse veneno que se chama política, dessa interminável discussão sobre o que é ou não democracia e qual destino que os onze semi-deuses do Olimpo brasileiro estão dando à liberdade de cidadãos que, por um momento, pensaram ser livres para se expressar.
É dezembro. E isso, por um curto período, basta.
Tempo de encontrar amigos…ah, amigos que a gente gosta, mas não aprendemos a conhecê-los.
Amigos caros, que mesmo gostando deles, passamos o ano mantendo certa distância.
E caros amigos pelos quais a gente briga, luta, defende e guarda.
A estes a gente pode dar o melhor presente, mas o risco de recusa é grande… porque o melhor presente para eles é um abraço…
ASSUNTOS: amigos
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.