Amigos e lobos na disputa pelo governo do Amazonas
ouça este conteúdo
|
readme
|
A campanha para o governo do Amazonas em 2026 começou precocemente. E não de forma tímida como se esperava. Os pré-candidatos estão nos eventos e nas ruas. Por enquanto ninguém chama o outro de farsante.
Todos simulam uma parceria que sabem que será desfeita lá na frente, onde se despirão do disfarce de amigos e revelarão o lobo que se esconde em cada um.
Por enquanto se abraçam, juram fidelidade, exaltam méritos um do outro, elogios que logo serão esquecidos. A guerra tem data para começar.
Individualmente, encomendam pesquisas, avaliam cenários e apostam na desgraça do outro. O verbo mais repetido é: Viabilizar. "Se ele(s) se viabilizar(em) eu apoio, do contrário, saio candidato.
São muitos os pretendentes, mas três em especial devem ser citados, pelo capital eleitoral que possuem e por estarem na mídia como prováveis candidatos ao governo. David Almeida, prefeito de Manaus; Omar Aziz, senador da República, Tadeu de Souza, vice-governador.
David, se entrar na disputa, terá que renunciar a dois anos de mandato. Para se eleger dependerá dos votos do interior do Estado, onde Omar Aziz aparece melhor.
Omar já manifestou desejo de disputar o governo, mas depende dos votos do eleitorado de Manaus, onde o capital eleitoral de David é maior.
No momento, os dois estão ligados por interesses comuns.
Se David entender que há um jogo perigoso pela frente, onde se ganha, mas também se perde, uma derrota eleitoral em 2026 o excluiria da política por um longo período.
Tadeu de Souza, caso se torne governador com a provável desincompatibilização do governador Wilson Lima para disputar o Senado, dependerá de uma máquina funcional, coesa e um forte fluxo de caixa, o que ele não teria, dada a situação econômica do país e o endividamento do Estado.
São esses os atores, por enquanto, mas a possibilidade de aparecer um azarão é grande.
ASSUNTOS: Amazonas, David Almeida, eleiçoes 2026, Omar Aziz, Tadeu de Souza

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.