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Amom, Cidade, Alberto Neto. A disputa é entre eles...


Por Raimundo de Holanda

10/09/2024 21h24 — em
Bastidores da Política


  • Estes três candidatos não são santos. Como não é santo o prefeito David Almeida. O problema é que atacar David agora, que se encontra no topo das pesquisas com diferença de 12-15 pontos, tem o efeito da inutilidade.
  • Amom, Cidade e Alberto Neto precisam entender que neste momento não disputam com David, mas entre eles. O eleitor gosta de ser provocado e os três não descobriram isso.

Aquele candidato no meio do esgoto apontando descaso, sem indicar soluções é o retrato do político falastrão e sem propostas para uma cidade, como Manaus, que de fato precisa melhorar o seu saneamento básico e deixar de transformar igarapés em meio pelo qual excrementos humanos são levados para o rio Negro. 

O público assiste com horror, tanto pelo que ouve do candidato, como pelo que vê. É ao mesmo tempo uma aberração e um escândalo. Primeiro, porque o candidato  apenas denuncia, não apresenta propostas, não diz o que poderia fazer - caso eleito.

Outro candidato aponta que há crise no sistema de saúde. E todo mundo sabe, mas ele tem planos para resolver. O problema é que também sabe que não há dinheiro disponível e que parte do problema é do Estado e da União, não do município.

Outro candidato aparece deixando a marca de seu sapato na lama, por onde diz que andou em defesa da sociedade. Mas segurança pública, embora fundamental discuti-la mesmo numa eleição municipal, é competência do Estado.

Pior, na ânsia de mostrar problemas, atacam sistemas que fazem parte de suas bases. Mas esse não é o maior entrave dessa campanha. Há três candidatos praticamente empatados em segundo lugar, mirando o inimigo errado. Eles se ignoram e perdem o rumo. 

Falta visão estratégica, falta a percepção - repetimos - de quem representa a pedra no caminho que separa um dos três do segundo turno. 

Amom não vê Roberto Cidade e Cidade passa a mão em Amom, enquanto  Alberto Neto ataca o candidato do governo. Campanhas que não rendem, embaralham o segundo lugar e deixam para o humor do eleitor a escolha.

O eleitor gosta de ser provocado e os três não descobriram  isso. Assim, o eleitor acaba escolhendo no chute, depositando o voto em quem é bonitinho  ou  feinho, ou em quem fala errado ou naquele que tenta falar difícil sem entender o que está dizendo.

Se um dos três candidatos que disputam o segundo lugar perceber que os outros dois precisam  perder fôlego, bater na próxima curva, esse vai para o segundo turno com David.

Estes três não são santos. Como não é santo o prefeito David Almeida. O problema é que atacar David agora, que se encontra no topo das pesquisas com diferença de 12-15 pontos, tem o efeito da inutilidade. 

Amom, Cidade e Alberto Neto precisam entender que neste momento não disputam com David, mas entre eles. 

O mais inteligente - e está faltando política. o inteligência na campanha - será o candidato guindado para o segundo turno. Até agora ambos têm revelado pouquíssima inteligência e  agido como calouros na arena política.

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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.