Amom e a ameaça que não vê
Embora impulsivo e rebelde, o deputado Amom Mandel (Cidadania), ainda é uma opção de voto interessante para o eleitor que anseia por mudança. Essa percepção era óbvia na pré-campanha, quando as pesquisas o colocavam em confortáveis 27% da preferência do eleitorado. De lá para cá os números mudaram.
A campanha na TV - onde Amom tem alguns raros minutos - poderia explicar uma queda de 10 por cento em relação ao período de pré-campanha. Mas não.
Amom talvez erre ao não perceber quem é o adversário do momento e quem o ameaça.
Seu discurso voltado para as redes sociais também não tem colado no eleitorado mais esclarecido, que votou nele na eleição de 2022 para deputado federal, nem agrada a um público jovem acostumado com um Amom cheio de ideais e menos hostil.
Então, o que está havendo? Amom está com o mesmo discurso do que vem chamando de "velha política" e ainda não conseguiu vender uma ideia nova, de gestão, de transformação da administração pública e a forma como isso ocorreria. Na prática, ele afasta mais do que arregimenta eleitores.
E qual risco corre? O de não ir para o segundo turno, embora ainda mantenha a segunda colocação nas pesquisas, 12 a 15 pontos atrás do prefeito David Almeida. Mas esse não é o risco. Amom, que tem apontado a espingarda para David, não percebeu quem está na sua cola: Roberto Cidade, com uma megaestrutura e forte poder de fogo.
Amom deve identificar de onde vem a ameaça e para onde apontar suas armas. Mas precisa de boa pontaria...
ASSUNTOS: amom mandel, David Almeida, Eleição 2022, Roberto Cidade
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.