Ganhou quem  foi dormir. O 'debate' de ontem realizado pela TV Amazonas e encerrado na madrugada desta sexta-feira não existiu. Foi um encontro de candidatos, amarrados a temas impostos pela emissora. O esperado  confronto entre o prefeito Arthur Neto e seu adversário Marcelo Ramos vai ter que  esperar pelo segundo turno. Eles, deliberadamente, se evitaram.

Arthur elegeu Hissa Abrahão para responder a perguntas que poderiam ter sido  dirigidas a Marcelo. Hissa foi generoso com o prefeito.

Já Marcelo buscou guarida no amigo José Ricardo.  A dobradinha Arthur - Hissa, Marcelo - José Ricardo acabou tornando o debate morno. Se perderam os telespectadores que esperaram de 11 da noite de quinta-feira a 1h30 hora  da manhã  de hoje, cheios de expectativas, perdeu também  a emissora em audiência.

Foi um encontro apático, distante da realidade dos verdadeiros confrontos que revelam um pouco mais dos postulantes e entusiasmam os telespectadores. A TV Amazonas (ou a Globo) fica devendo reformas urgentes nas regras desse tipo de encontro entre candidatos.

Não houve um candidato vencedor. A maioria ganhou porque apareceu. Perderam apenas pela falta de oportunidade de se  confrontarem. Nesse  aspecto, Marcelo e Arthur ficaram devendo, porque tiveram a oportunidade de se olhar nos olhos. Mas se  evitaram... (RH)

OS VELHOS CORONÉIS ESTÃO DE VOLTA

Nos tempos dos velhos ‘coronéis’ da política e durante a própria ditadura militar, jornais adversários eram ‘embaralhados’ para não circularem no dia seguinte com denúncias contra o poder. E quem pensava que esta prática havia sido banida na política moderna, enganou-se redondamente. Se naqueles tempos era fácil um ‘comando’ inimigo invadir uma redação e misturar os tipos da impressão, hoje parece ser mais fácil fazer ‘montagem’ com fotografias e vídeos, ‘apagar’ trechos de gravações, bloquear ‘acessos’ na internet ou ‘misturar’ programas eleitorais para tirar adversários da mídia eletrônica. E pode acreditar o eleitor, tudo isso aconteceu nos últimos dias na verdadeira guerra que aconteceu no mundo virtual desta campanha para prefeito de Manaus.

PINHEIRO ECOLÓGICO

Ontem o conselheiro do TCE-AM, Júlio Pinheiro expôs seu conhecimento na área ambiental para mais de 150 alunos, professores e doutores do Núcleo de Estudos de Tecnologias Avançadas da Escola de Engenharia e Direito da Universidade Federal Fluminense (NETAv/UFF), em Niterói (RJ). Com a palestra “Controle Ambiental na Amazônia”, Júlio Pinheiro mostrou o extenso trabalho na área de Controle Ambiental que o TCE realiza na capital e interior do Amazonas, por meio do Departamento de Auditoria Ambiental.

BUNDA ATÉIA

A fé em Deus é importante para quem disputa uma eleição majoritária? É sim, principalmente quando é manifestada publicamente. Dizem os marqueteiros experientes que “é quase suicídio” o político se declarar ateu, num país onde mais de 90% da população é religiosa. O caso mais famoso é o do ex-presidente FHC, ateu declarado, que no último debate da eleição para prefeito de São Paulo em 1985, ‘gaguejou’ ao responder ao jornalista Boris Casoy se acreditava em Deus. Perdeu a eleição para Jânio Quadros, de quem ganhava de 36 a 29% nas pesquisas. Como a eleição era em turno único, FHC já havia ‘experimentado’ a cadeira de prefeito na véspera da eleição, onde foi fotografado para ‘adiantar’ a foto para a capa da revista Veja, conforme ele próprio explicou depois. Vitorioso, Jânio Quadros foi irônico com o adversário, desinfetando a poltrona com álcool no dia da posse “porque nádegas indevidas a usaram”. Ou seja, uma bunda atéia.

TROPAS PARA 11 MUNICÍPIOS

Com as eleições municipais agitadas no interior, até ontem o TSE havia aprovado o envio de tropas federais para 31 municípios do Amazonas. Mas a medida pode ser ampliada para outros municípios, diante dos pedidos ainda podem ser analisados em reunião extraordinária da Corte Eleitoral nesta sexta-feira. Em todo o país, ministros do Tribunal autorizaram o envio de Força Federal em 308 localidades de 14 estados. Ao todo, o contingente militar terá 25 mil homens mobilizados nas eleições, e três mil na reserva de prontidão, caso sejam aprovados novos pedidos ou haja necessidade de reforços.  

LOTOU MEIA PRAÇA 

Um grupo tão pequeno que não chegou a ‘lotar’ meia praça foi mobilizado pelo PSTU, sindicatos e professores federais, para um protesto contra o governo do presidente Temer, na praça São Sebastião. Ligados ao PT e PCdoB, os manifestantes levaram uma faixa com a frase “Defender a Petrobras é defender a educação”, um paradoxo em relação ao governo petista cuja corrupção generalizada praticamente sucateou a estatal do petróleo.