Mais uma greve de ônibus - a décima durante os últimos dois anos - entra para o currículo do prefeito de Manaus, Arthur Neto. A paralisação ocorre  hoje, um dia antes do previsto.

A cidade ainda procura entender porque a administração pública tem demonstrado incompetência - primeiro em negociar com as partes, segundo em definir uma tarifa que leve em conta a qualidade dos serviços e a satisfação dos usuários.

A impressão que fica é que o prefeito Arthur Neto prefere resolver o problema dos empresários, ao tentar persuadir o governador José Melo a manter a isenção da cobrança do ICMS sobre o diesel, mas não o dos usuários, que desde o início de seu primeiro mandato não viram um único ônibus novo circulando em Manaus. 

Quer dizer, ficou cômodo para as empresas ganhar dinheiro - e dinheiro público - sem fazer investimentos. E pior, nos quatro anos do governo Arthur a frota foi drasticamente  reduzida. 

José Melo quer ajudar, mas na condição de Arthur recuar do reajuste que deu à tarifa de ônibus. Na contramão dessa iniciativa do governador, o prefeito quer elevar mais ainda o preço da passagem.

Arthur tenta desesperadamente tirar de suas costas a responsabilidade pelo problema - que é dele e somente dele. 

A sociedade cansou do discurso populista do prefeito e da escandalosa falta de responsabilidade com uma questão vital para Manaus - que é o transporte coletivo.

Até onde o prefeito pretende esticar essa corda, é previsível: até se dar conta de que criou umn grande buraco e que  pode cair nele.

ZFM, NOVOS DESAFIOS

Uma sessão especial vai ser realizada hoje, na Assembleia Legislativa, em homenagem aos 50 anos da ZFM. Pode não ser o melhor modelo para a região, mas é o  que temos e que tem sustentado a economia ao longo de meio século. Oscila muito nas ondas das crises, porém nunca emborcou nelas de forma profunda.

Vive um momento de superação, com a superintendente Rebecca Garcia trabalhando para construir um Plano Diretor que defende a diversificação da produção, através da bioindústria regional, como alternativa ao atual modelo.

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A crise econômica criou em si uma nova crise: a mão de obra ‘descartada’ do emprego formal, principalmente nas indústrias do PIM, está se tornando um dos principais problemas de Manaus.

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“Nós precisaremos de outras alternativas para ocupar essa mão-de-obra que saiu da indústria e nem toda voltará”, diz Rebecca. É mais um desafio para a cinquentona ZFM.

PAUDERNEY E O LADO DO CABOCLO

O líder do DEM, Pauderney Avelino está na pauta para ser entrevistado pela jornalista Mônica Valdvogel, na Globo News, na próxima quarta-feira. Ele vai falar a respeito das mudanças propostas pela bancada federal do Amazonas para as unidades de conservação federais criadas no rio Madeira, pela presidente Dilma Rousseff.

Pauderney quer mostrar ao Brasil o lado dos caboclos e outros produtores que moram dentro das reservas, e que precisam ter seus direitos respeitados. 

CORRUPÇÃO GERAL

"A corrupção está em todo o sistema político, seja partido A, B ou C. Seja no governo federal, seja nos governos dos Estados.  Ela grassa em todos os governos".  É uma frase forte, até demais, mas se trata do ‘tsunami’ prometido com as delações da Odebrecht.

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Quem garante é o procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, um dos principais negociadores de delações e acordos de leniência da Operação Lava Jato.

GENERAL DÁ COM A LÍNGUA NOS DENTES

Declaração  do general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas ao jornal Valor Econômico no último final de semana: "Somos um país sem um mínimo de disciplina social, somos um país que está à deriva, que não sabe o que pretende ser, o que quer ser e o que deve ser”.

 DISPUTA QUENTE

Pega fogo nos bastidores a disputa entre os 12 membros do Ministério Público do Estado do Amazonas  que concorrem à lista sêxtupla do Tribunal de Justiça do Estado (Tjam) para o provimento de um cargo de desembargador pelo critério do “Quinto Constitucional”.

A eleição será na quinta-feira (23) e os 12 litigantes são: Antonina Maria de Castro do Couto Valle, Francisco das Chagas Santiago da Cruz, Hamilton Saraiva dos Santos, Jussara Maria Pordeus e Silva, Nicolau Libório dos Santos Filho e Mauro Roberto Veras Bezerra. Os promotores são Carlos Fábio Braga Monteiro, Lucíola Honório Valois Coelho da Silva, Mário Ypiranga Monteiro Neto, Otávio de Souza Gomes, Paulo Stélio Sabbá Guimarães e Walber Luís Silva do Nascimento.