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Assalto aos cofres públicos


Por Raimundo de Holanda

15/07/2024 19h29 — em
Bastidores da Política


  • A política tornou o País mais desigual e a justiça tem dado uma lamentável contribuição para esse estado de coisas. Quando juízes decidem legislar, tudo piora.

Ao decretar ser ilegal doações de empresas para campanhas eleitorais em  2015, o Supremo Tribunal Federal tinha a intenção de moralizar a política. Mas o resultado foi um desastre. O assalto aos cofres públicos, resultante  da medida, é espantoso. Bilhões de reais são inseridos com esse propósito no orçamento da União e a conta enviada ao contribuinte. 

Pior, as empresas, "proibidas" de fazer doações a candidatos e partidos, continuaram com a prática, agora por debaixo dos panos porque não deixaram de ter interesses que dependem do poder político - grandes obras, concessões de rodovias, aeroportos, abertura de estradas, medidas  como MPS que permitem tirar uma concessionária de energia da falência, enquanto passa a dívida para os consumidores.

Fora as emendas parlamentares que tornaram o parlamento brasileiro um balcão de negócios. Lícitos, mas imorais.

A política tornou o País mais desigual e a justiça tem dado uma lamentável contribuição para esse estado de coisas. Quando juízes decidem legislar, tudo piora. 

A política  não apodreceu com os corpos em decomposição exibidos pela Lava Jato. Apodreceu no momento em que se buscou saídas para um escândalo de doações empresariais e passou a conta aos brasileiros. 

Quem está ganhando, como sempre, são os políticos. Continuam recebendo fartas doações das empresas e ainda participam do  banquete que os fundos de campanha e os jabutis que criaram a partir dai proporcionam. Tudo legal, mas imoral.

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ASSUNTOS: Congresso Nacional, eleições, Fundo Partidário, PARTIDOS POLÍTICOS, STF

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.