Assédio e desigualdade
O tema é delicado, mas é preciso falar dele no momento em que um ministro é demitido por supostamente assediar funcionárias do ministério onde atuava - o de Direitos Humanos e Cidadania. Silvio Almeida diz que é inocente, mas perdeu o cargo.
Nos casos de violência doméstica, assédio sexual e outros crimes contra a mulher, vale a palavra da vítima. Isso parece subtrair do acusado o direito constitucional do contraditório e da ampla defesa.
Pior, há um julgamento antecipado e uma condenação, o que é cruel. O homem, qualquer homem, não pode ser tratado como cidadão de segunda classe. Errou, deve pagar pelo crime. Mas a quem acusa cabe o ônus da prova, apresentando fatos que sustentem o que alega.
Ou onde fica o princípio de que todos são iguais perante a lei?
Há muitas denúncias que comprovam que o homem usou de violência, no caso dos crimes domésticos, ou do poder do cargo para assediar mulheres. Mas há casos comprovados de que as supostas vítimas mentiram. O curioso é que o resultado dessas investigações, onde a acusação se revela uma farsa, não consta das estatísticas.
Igualdade de gênero significa a busca de políticas públicas que favoreçam direitos iguais para homens e mulheres. Se há discriminação - nos salários, por exemplo, nas funções de comando - isso precisa acabar. Mas o que se busca são direitos iguais, não mais para um e menos para outro.
Se a discriminação afeta a vida das mulheres - e é fato - a busca de direitos para elas não pode ir além da igualdade desejada. Papéis invertidos num mundo de desigualdades entre mulheres e homens parece ser muito permissivo e injusto. O direito a igualdade é legítimo. E ponto.
Podem malhar....
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.