Até que a morte os separe...
- As relações se esgotam pela repetição de uma frase que perdeu sentido: "te amo". Ninguém admite erros que conduziram a abismos que não foram vistos e que tragaram uma história que começou oficialmente com uma sentença: "juntos até que a morte nos separe"
Os casos de violência doméstica, resultando inclusive em assassinatos ou tentativas de assassinatos entre casais, têm crescido nos últimos anos. A mulher aparece como uma das principais vítimas, mas as estatísticas não revelam o número de homens também alvos de violência dentro de casa. Pode não ser um número representativo, mas é uma falha não constar dessa ferramenta de dados ostensivamente divulgada pela imprensa.
Para além da polêmica de quem é mais violento -se o homem ou a mulher- cabe uma reflexão sobre limites que essa relação impõe - a começar pela necessária percepção do momento em que tudo acaba, de quando a paixão se transforma em ódio e o rancor cega e impede o olhar além da porta do quarto.
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Ou quando o amor se esgota numa frase oca e repetida: "te amo". Ninguém admite erros que conduziram a abismos que não foram vistos e que tragaram uma história que começou oficialmente com uma sentença: "juntos até que a morte nos separe"
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E é o que o que mais separa. De forma violenta. Não é a morte que deve separar os casais. É a percepção conjunta que a relação não deu certo. É o desfazer consensual de um contrato social no qual os dois têm direitos, obrigações, inclusive de respeitar a separação e a opção do outro.
ASSUNTOS: Manaus, violência doméstica
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.