Bolsonaro previu seu próprio fim
Há uma forte disposição das autoridades judiciárias em criar o ambiente ou o cenário mais adequado para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro. E isso está cada vez mais evidente.
A delação do coronel Mauro Cid, braço direito do ex-presidente, em que conta as tramas ocorridas no Palácio do Planalto e até mesmo a falsificação do cartão de vacina coloca Bolsonaro em uma posição delicada.
Para quem disse e repetiu várias vezes que ao final do mandato o futuro lhe reservava três alternativas: “estar preso, ser morto ou a vitória,” e que seus seguidores poderiam ter uma certeza: “ a 1ª alternativa, estar preso, não existe”, Bolsonaro já previa que enfrentaria dificuldades e, pelas suas declarações, estaria disposto a um ato extremo: cometer suicídio, caso receba uma ordem de prisão.
O problema é que Bolsonaro saiu muitas vezes “ das quatro linhas” da constituição e a cada dia está mais próximo de um final que mais temia: ser condenado e preso.
Essa expectativa de que o pior é inevitável é agravada pelo distanciamento de alguns aliados que veem sua presença como tóxica e se distanciam dele a cada dia.
Para piorar, Bolsonaro sabe que, apesar de seus crimes, enfrentara um sistema de justiça propenso a não considerar o contraditório. Ou melhor, qualquer argumento que apresente em sua defesa.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.