'Botafogo, meu amor!'
De repente surgiram homens chorando. E a rua se encheu de gritos. O que houve? Um deles, de voz fina e rouca, gritou: "Botafogo, meu amor!". De repente uma multidão ensandecida repetia a mesma frase: "Botafogo, meu amor!".
Não era uma confissão, mas o desabafo de um amor antigo, adormecido por mais de 20 anos e que explodia de repente.
Nunca vi paixão assim. E nunca imaginei que homens daquele tamanho, tão sérios e de coração duro, exibissem olhos tão molhados e se entregassem assim, a uma paixão antiga, que esconderam por muito tempo.
Pensei: essa noite vai ser longa. As mulheres vão olhar para o outro lado da cama e não vão ver a sua cara-metade, mas vão ouvir o som lá fora de homens falando, se abraçando, chorando, encontrando o outro eu... !
A paixão surpreende e é reveladora de nossas fraquezas. Expõe o que somos, de repente...
ASSUNTOS: Botafogo
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.