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Braga faz aposta no pós-Temer. Reação do presidente é imediata


Por Raimundo de Holanda

24/05/2017 22h06 — em
Bastidores da Política



O senador Eduardo Braga desagradou o presidente Michel Temer e começa a pagar o preço pelas opções que fez nos últimos dias. 
Aliados do senador colocados em cargos importantes do segundo escalão tiveram os nomes enviados ao Diário Oicial pelo presidente, sem aviso prévio. 

Braga havia manifestado insatisfação com o  projeto de reforma trabalhista e previdenciária.    

"Não contará com o meu voto se for para fragilizar os direitos trabalhistas".

 Não foi uma guinada repentina do senador para a oposição: foi uma aposta no pós-Temer. Aposta perigosa, pois não se sabe que rumos o país vai tomar.

O QUE BRAGA PERDE 

Sem temer, ou com Temer contra ele, Braga perde mais do que cargos no governo, perde apoio fundamental para seu projeto de retomada do poder politico no Amazonas , que começa com a eleição solteira deste ano. 

PESADELOS E NADA MAIS

As noites ficaram longas depois que a Polícia Federal entrou na investigação das supostas propinas pagas pela Odebrecht a politicos que mandavam demolir e construir estádios destinados aos jogos de uma Copa do Mundo desastrosa - tanto nos resultados humilhantes dos jogos quanto nos prejuízos que causou ao pais. Como no ensinamento bíblico, para alguns,  é preciso ficar vigilantes 'porque não sabeis o dia nem a hora em que (a Polícia Federal) há de vir'. O trocadilho é horrível, mas cabe bem...

SAIDA DE REBECCA REPERCUTE
 
“É um retrocesso”. Assim reagiu o deputado Adjuto Afonso à exoneração da superintendente Rebecca Garcia da Suframa. Afonso deu como exemplo a aprovação das novas taxas da Suframa no Congresso, processo que foi conduzido por Rebecca, para que as taxas cobradas sirvam de investimento na região. “A Rebecca é política, mas também é técnica, e vinha fazendo um grande trabalho na Suframa.”

VÍTIMA DE UM JOGO SUJO

Serafim Correa foi outro que lamentou a saida da economista Rebecca Garcia da Suframa. Nas redes sociais desabafou: "Lamento que a Suframa, mais uma vez, vire balcão de troca de votos no Congresso Nacional. A demissão da economista Rebecca Garcia foi exatamente isso. As nomeações vão mostrar o que digo. Por esse caminho não chegaremos a lugar algum. Meu abraço  a Rebecca que terminou sendo vitima  de um jogo nada republicano." 

E SE O SOL NÃO NASCER AMANHÃ? 

No filme “Treze dias que abalaram o mundo”, tem uma cena que cabe bem no que estamos passando por aqui: sentado na varanda, o assessor de JFK, Kenny O’Donnell, fala para a esposa que “Se o Sol nascer amanhã, será apenas por causa dos homens de boa vontade”. Olhando para Brasília, hoje, cabe a pergunta: Ainda existem homens de bem nos poderes do país? Se existem, por que não tomam as rédeas da nação e acabam com a baderna política?
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Não se trata mais de suspeitas, delações, confissões ou processos que se arrastam impotentes diante de blindagens, foros e privilégios intermináveis.
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Trata-se do roubo de centenas de bilhões dos cofres públicos, por homens que deveriam proteger com a honra, e até com a própria vida esses valores.
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O país rodopia à beira do caos e políticos desmoralizados por seus próprios atos discutem minúcias jurídicas, tentando enrolar mais uma vez o povo sofrido.
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Onde estão os homens de bem que deveriam estar nos governos, nos parlamentos e nos tribunais para conduzir o povo desorientado e libertar o país da desordem?
 
BATATA QUENTE
 
A convocação de tropas militares para enfrentar os militantes black blocs que praticavam atos de vandalismo nos prédios dos ministérios em Brasília, acabou se tornando uma ‘batata quente’. Em entrevistas , o Ministro da Defesa, Raul Jungmann, creditou o pedido ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Logo depois Maia negou a iniciativa e devolveu a batata para as mãos do governo.

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ASSUNTOS: baga, Rebecca, Temer

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.