Caetano, Marcelo Ramos, Anitta e o ‘difícil começo’
Quando Caetano Veloso compôs Sampa, que passou a ser a música símbolo de São Paulo, provavelmente não conhecia a Amazônia, mas já falava de meio ambiente e de espaço para viver, ‘”do povo oprimido, da feia fumaça apagando as estrelas…”.
Tudo o que viu em São Paulo, há 43 anos, acontece na Amazônia agora com mais intensidade, mais violência’, mais sofrimento. Portanto, é justo considerar sua preocupação com a região e com os projetos de regularização fundiária em tramitação no Congresso Nacional.
O cerne da polêmica que o vídeo gravado por Caetano e outros artistas provocou é o problema atual, que confina as pessoas e dificulta o debate de um projeto que traz no seu bojo questões outras, como o desmatamento e as áreas de uso coletivo por comunidades tradicionais, que parecem ter sido esquecidas.
O vídeo traz uma mensagem educada. Um apelo oportuno, civilizado. A repercussão nas redes sociais e as opiniões carregadas de veneno de quem não o viu ou não ouviu com a necessária serenidade é que provocaram “esse difícil começo”com o deputado Marcelo Ramos, relator do projeto.
Marcelo é um jovem politico, inteligente, educado, polido, com capacidade de compreender a complexidade desse momento. Ele sabe que o debate em tempos de pandemia é impossível. E certamente vai esperar esse periodo passar. Errou apenas ao abrir uma polêmica com Anitta e seus seguidores. O que é outra história…
ASSUNTOS: amazônia, caetano veloso, cantora Anita, Cassia Kiss, marcelo ramos
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.