Campanha eleitoral e o jogo sujo dos candidatos
A campanha eleitoral em Manaus se transformou num jogo sujo, sem princípios, sem ética, empurrado para dentro da casa do eleitor. É na sala de visitas (que não é deles, mas de cada cidadão) que os candidatos trocam acusações, algumas falsas, outras fora de tempo e de espaço, num processo de desconstrução da imagem do outro. Não tem santo nessa triste história. Se revelam seus demônios numa campanha curta na qual abdicaram de propostas para se autoflagelarem, é de imaginar que façam coisas piores no exercício do poder.
Em tempo de tecnologia avançada, de ideias revolucionárias, de um mundo que descobriu na palavra sua melhor arma para construir pontes entre pessoas, eles utilizam de aplicativos onde abrigam veneno e disparam torpedos primitivos que chocam e revelam o quanto são pequenos - e o quanto se distanciaram de ideais que eles apregoam falsamente. Para eles, vale tudo. Mas não vale o seu voto.
São corsários x piratas ou piratas contra corsários. O tesouro que eles buscam não é apenas o seu voto, que é importante porque contem a senha para chegar ao castelo e se apossar de tudo o que há por lá. Eles buscam o imponderável. O incrivel é a omissão do TRE-Am diante de tanta violência, tanto desrespeito ao eleitor e à própria lei.
Essa é a pior campanha da história da cidade de Manaus, a mais cruel, com a ofensa virulizada, com os politicos objetos e abjetos a um só tempo. É dificil sonhar com uma cidade melhor, com mudança ou transformação, é dificil a crença no futuro, porque o exemplo que eles estão dando é ruim. (RH)
TOM DE DESPEDIDA
Ontem começou a despedida dos candidatos do palanque eletrônico no horário eleitoral gratuito. Hoje é o último dia da propaganda, os candidatos a prefeito de Manaus vão apresentar suas ‘despedidas finais’ ao eleitor manauara. Alguns como Henrique Oliveira já começaram a se despedir ontem mesmo nas inserções, e de uma forma inusitada. Apelou para um jargão do futebol confessando que no ‘banco de reserva’ não pode fazer, mas se tiver a chance de entrar em campo promete fazer gols. Até amanhã pode ser veiculada a propaganda na mídia escrita e a reprodução da mesma propaganda na internet. Distribuição de material gráfico, caminhadas, carreatas, passeatas e carros de som podem divulgar os candidatos até as 22h da véspera da eleição, dia 1º de outubro.
JUÍZA DE FERRO
Acostumados há décadas a tratar como “terra de ninguém” o município Careiro Castanho em campanhas eleitorais, os políticos locais enfrentam agora uma barra pesada nas eleições de 2016: a juíza Sabrina Cumbra Ferreira.
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Com a Operação Voto Livre, ela encarcerou, há 15 dias, os vereadores João Doza de Oliveira Neto (PMDB) e Gleuson Mesquita de Lima (PSB), juntamente com uma turma de funcionários públicos flagrados comprando votos com dinheiro do erário municipal.
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Na terça-feira (27), com a Operação Pente Fino, a magistrada apreendeu 70 cestas básicas de ranchos que estavam sendo entregues em domicílio pela empresa M.S.Frios. Sabrina mandou apurar os ranchos que podem ser parte de esquemas fraudulentos a serviço de algum candidato majoritário mal-intencionado.
DEPUTADOS EM CAMPANHA
Com cinco deputados em plena corrida pela Prefeitura de Manaus, a Assembleia Legislativa interrompe suas atividades plenárias nesta quinta-feira para que os parlamentares se dediquem inteiramente à caça de votos neste último dia de campanha eleitoral na capital e no interior do Estado.
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Josué Neto (PSD), Adjuto Afonso (PDT), Serafim Corrêa (PSB), Luiz Castro (Rede) e José Ricardo (PT) pelejam em Manaus, enquanto Bi Garcia (PSDB) batalha em Parintins.
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Outros parlamentares com fortes bases no interior, como Vicente Lopes (PMDB), Orlando Cidade (PTN), Belarmino Lins (Pros). Abdala Fraxe (PTN) e Sinésio Campos (PT), estão hoje em várias cidades participando de eventos em apoio a aliados que disputam prefeituras e câmaras de vereadores.
CPI DA SAÚDE
A bancada de oposição ao governador José Melo quer emplacar uma CPI da Saúde, mas parece que anda ‘escondendo’ alguma coisa. Intrigado com a possibilidade de alguma ‘intenção oculta’, Platiny Soares queria ler a justificativa, e como não foi atendido, perguntou à deputada Alessandra Campêlo, autora da proposta: “A gente não pode nem ler a CPI? Tem de assinar como um cheque em branco?” Ainda reclamando que como deputado tem o direito de saber o que vai assinar, Platiny justificou: “Só quero ler e formar a minha convicção para ser um subscritor dessa CPI.” Não colou o argumento; ficou sem leitura.
TENSÃO EM COARI
Com a ‘liberação’ da candidatura dos filhos do ex-prefeito Adail Pinheiro, pelo TRE, a cidade de Coari virou uma ‘praça de guerra’ e a população agora espera ansiosa pelo envio das tropas federais para garantir a tranquilidade no dia da eleição. Adail ‘comandou’ a cidade durante três mandatos de prefeito e agora, mesmo cassado e preso em Manaus, por crime de pedofilia e outras acusações, continua a dirigir seu grupo político na cidade e mostra que tem ‘força eleitoral’ para eleger os próprios filhos, Adailzinho e a irmã Maiara, candidatos a prefeito e vice. Mas os choques com os adversários estão ficando cada vez mais violentos e a população teme o pior.
O AMIGO GARI
O serviço de limpeza da cidade é uma atividade dura e que exige esforço e dedicação dos garis. E como os candidatos e seus cabos eleitorais costumam ‘sujar’ bastante as ruas, próximo às seções eleitorais, no domingo logo após o término da votação eles vão estar com as vassouras nas mãos. A operação para de deixar a cidade limpa já na madrugada de segunda-feira seguirá o mesmo padrão das últimas eleições de 2014.
ASSUNTOS: Arthur Neto, eleições 2016, Henrique Oliveira, Manaus, marcelo ramos, Serafim Correa, silas
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.