Pagamentos irregulares e contratos sem licitação ameaçam governo do Amazonas
O governo do Amazonas tem um problema de gestão muito sério que fragiliza a figura do governador e de seu vice. O contrato de mais de R$ 170 milhões com um instituto sob suspeita, firmado no último dia de gestão de Carlos Almeida na Susam, se soma a outros na Seduc e mostra o tamanho do descaso com o dinheiro público.
O mais grave é que, em sua defesa, o ex-secretário e vice governador pode dizer, se quiser, que o TCE e o Ministério Público montaram grupos de trabalho dentro da Susam, inclusive com uma equipe de promotores do Grupo de Combate ao Crime Organizado, para monitorar os contratos, e que não houve nenhum óbice para a sua concretização.
Então os auditores do TCE e os promotores do Ministério Público nada observaram? Nada recomendaram ou alertaram que no contrato não havia previsão de antecipação de pagamento, como fez o vice-governador, autorizando pagar imediatamente R$ 1 milhão ao instituto, além de empenhar outros R$ 8,4 milhões? Parece que não. É questionável o fato de não terem identificado a irregularidade e recomendado a sustação do mesmo.
O fato é que denúncias se acumulam e os órgãos de controle, mesmo estando dentro de uma secretaria complexa como a Susam, não correspondem na medida que a sociedade espera.
Ou que explicação pode ser dada - até pelo histórico do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH) , acusado de não fornecer os serviços contratados em outros estados?
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.