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A censura ao Rap e ao Funk


Por Raimundo de Holanda

17/02/2025 19h59 — em
Bastidores da Política


  • Para além da argumentação de que os artistas tentam justificar o crime, ou persuadir o público em geral, o que eles fazem é retratar a realidade onde vivem - áreas onde o Estado não chega, por comodismo, incompetência ou conivência.
  • Na verdade os projetos são inconstitucionais, pois violam frontalmente a liberdade de pensamento.
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A censura ao Rap e ao Funk começa a criar contornos com os projetos de lei que tramitam na Câmara dos Deputados contra a participação de bandas e cantores em shows onde  fazem, na opinião dos parlamentares, "apologia ao crime e ao tráfico de drogas". 

Na verdade os projetos são inconstitucionais, pois violam frontalmente a liberdade de pensamento.

Para além da argumentação de que os artistas tentam justificar o crime, ou persuadir o público em geral, o que eles fazem é retratar a realidade onde vivem nas cidades - áreas onde o Estado não chega por comodismo, incompetência ou conivência.

Não é o crime que eles divulgam: o que fazem é mostrar o Brasil que não queremos ver.

São moços que saem dessas áreas, cheios de sonhos e que conquistam um lugar no mundo das celebridades.

O que os parlamentares deveriam fazer era demonstrar que são diferentes. Que não legalizam de forma vergonhosa e desabrida o sequestro do orçamento da União, com suas  emendas PIX, que é uma apropriação indevida de recursos da sociedade. Em outras palavras, uma forma imoral de legalizar o assalto ao patrimônio público.

Para finalizar, um verso de  Moysés Osmar da Silva, mais conhecido como MC Bob Rum:

"O funk não é modismo
É uma necessidade
É pra calar os gemidos que existem nessa cidade"

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ASSUNTOS: apologia ao crime, censura, Funk, Rap

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.