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Certeza da impunidade e a cena de um crime


Por Raimundo de Holanda

30/09/2024 23h01 — em
Bastidores da Política


  • Não tem santo em política. Tem políticos com seus vícios, armando aqui, fazendo negócios ali, cedendo acolá...
  • São tão iguais que se reconhecem nas tragédias, instinto de preservação que os leva a se distanciar um do outro, momentaneamente...

Dois dias depois da divulgação de um vídeo no qual um grupo de servidores do governo reuniu para planejar uma intervenção criminosa no processo eleitoral de Parintins, policiais foram afastados  e uma investigação aberta para apurar o caso. O desfecho é previsível: busca, apreensão de documentos e prisões. Quando? Não se sabe, mas é o caminho para obter mais provas, ouvir os acusados e instaurar o inquérito que vai provocar a denúncia do Ministério Público e a análise do caso pela justiça.

Outros desdobramentos também são previstos na fase processual: o vídeo obtido de forma clandestina será objeto de contestação pela defesa dos acusados, que argumentará falta de valor probatório. 

O problema é que não se  trata de um caso da vida privada, com larga proteção legal, mas servidores públicos arquitetando um crime.

Toda empáfia mostrada na reunião do grupo se desfaz diante de um cenário que o excesso de confiança e a certeza da impunidade construiu, com a casa caindo, o vídeo vazado, revelando detalhes de uma operação  onde, segundo um dos envolvidos, " valia tudo, menos perder a eleição". 

O caso é gravíssimo, fragiliza o governo, contamina toda a eleição nos diversos municípios e seu impacto em Manaus, maior colégio eleitoral, já é visível, com os diversos grupos tentando entrar na cena do crime e reconstruí-lo para expor seus autores que logo são julgados pela mídia alternativa. 
 
Não tem santo em politica. Tem políticos com seus vícios, armando aqui, fazendo negócios ali, rompendo, cedendo acolá.

São tão iguais que se reconhecem  nas tragédias, instinto de preservação que os leva a se distanciar um do outro, momentaneamente...  

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ASSUNTOS: aloprados, eleição 2024, Parintins

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.