Cheira mal nível do debate sobre a abertura do mercado de gás no Amazonas
A abertura do mercado de gás no Amazonas interessa a grandes grupos econômicos. Mas são as autoridades do Estado - governo, parlamentares, conselheiros de contas - que assumiram o protagonismo de um debate que aponta preferências. E seria natural se a discussão não resvalasse para ofensas pessoais.
Ou a discussão não está sendo mantida no nível esperado - é o que se pensa, apesar de essa conclusão também ser reveladora de uma certa falta de nível intelectual e de conhecimento técnico do tema abordado pelos “debatedores” , ou a prática de advocacia administrativa tem se revelado de forma acintosa.
Abrir o mercado de gás não parece uma ideia ruim, mas a forma como pros e contras são colocados sobre a mesa por aqueles aos quais a sociedade conferiu mandatos ou o controle administrativo e contábil dos poderes, aponta para outros interesses.
Parece um excesso, por exemplo, que o conselheiro do Tribunal de Contas, Ari Moutinho, questione um veto governamental a um projeto do Legislativo. Pior, dê prazo para que o governador explique os motivos, já expostos aos parlamentares.
Trata-se de uma dupla ingerência da Corte de Contas em dois Poderes. No Executivo, que tem autonomia para o exercício do veto, e no Legislativo, que reúne poderes para derrubá-lo.
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.