A chuva e o reaparecimento do lobo mau
Enfim, a chuva chegou e a previsão é de chão molhado por toda a semana. Um alívio diante do calor intenso dos últimos dias, mas uma prova dramática para Manaus, com suas encostas “deslizáveis”, cheias de barracos, bueiros entupidos pelo lixo e ameaça de desabamento.
Tempo para lamentações de quem não se preveniu.Tempo de culpar o poder público por um pecado que é de todos - de quem invadiu, até de boa fé, áreas que deveriam ser preservadas ou protegidas pelo município.
Tempo de fazer política com a miséria de quem pode perder a casa, os móveis e até a vida por causa de uma imprudência.
Tempo de ganhar voto com a miséria. E de fazer promessas que nunca serão cumpridas.
Tempo de eleição, em que aparecem os salvadores da pátria, os lobos de óculos redondos, sedentos de carne e poder, que afirmam terem sempre estado ao lado do povo, mas são mercenários que se nutrem do ódio, da intriga e dos extremos das redes sociais, que só veem pecado nos outros.
Manaus não pode ser a vovozinha de sempre, nem se entregar aos lobos que se escondem por trás de uma aparência juvenil.
ASSUNTOS: chuvas, eleições 2024, lobo mau, Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.