Cidade mira Alberto, acerta Omar e Braga. Sinal amarelo aceso na campanha
As pesquisas já vinham detectando um crescimento tímido do capitão Alberto Neto. Mas não assustava. Até que o sinal amarelo foi aceso no centro nervoso da campanha do deputado Roberto Cidade (UB) e explodiu no horário eleitoral do candidato neste sábado.
Foi um erro de estratégia a um custo potencialmente elevado. Primeiro, porque admitiu explicitamente uma ameaça - a aproximação de um oponente considerado até duas semanas atrás como inofensivo do ponto de vista eleitoral, mas que avançou nos últimos dias com disposição de atingir em igualdade de condições a linha de chegada para disputar o segundo turno da eleição com o prefeito David Almeida.
Segundo, porque o programa acabou dando combustível ao adversário. Saber que é temido dá ânimo e incendeia os apoiadores.
Terceiro erro: trazer para o centro do debate eleitoral os senadores Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB), sem atentar para o risco de ser obrigado a conceder direito de resposta e perder preciosos segundos na TV na reta final da campanha.
Cidade vinha acertando com o caminhão e a frase que pegou: "Estou pronto", mas revelou uma preocupação que em política é imperdoável. Não podia admitir que teme quem se aproxima. A receita era outra: pisar no acelerador e esperar a bandeirada.
Mas os problemas não acabam aí e precisam ser administrados pela campanha. Vem mais combustível para Alberto, com a presença de Jair Bolsonaro em Manaus no próximo final de semana.
Cidade precisa acelerar seu caminhão sem olhar para trás e sem trazer para o centro da disputa personagens que, admita-se ou não, têm um peso relevante junto a um eleitorado mais interessado no que eles pensam do que nas relações deles com Lula ou Bolsonaro
ASSUNTOS: Alberto Neto, Amazonas, eleição 2024, m David Almeida, Manaus, Roberto Cidade
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.