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Com Rita Lee aprendi a fazer amor por telepatia


Por Raimundo de Holanda

25/02/2023 20h06 — em
Bastidores da Política



Venho acompanhando com interesse os boletins médicos  sobre o estado de saúde de Rita Lee, a rebelde, a mulher que desejei nos tempos de juventude - pela ousadia manifesta em composições que falavam abertamente de sexo, amor e liberdade.

Não reconheço Rita pelas fotos que estão sendo divulgadas ultimamente. Ela ficou em minha memória como a mulher linda, alegre, extrovertida, que marcou a rebeldia de uma época. Inteligente, sensual, provocante a ponto de “dar água na boca”.

Quando ela saiu do grupo Mutantes em 1975 e compôs “Ovelha Negra”, comprei um  disco. A letra carregava um pouco da história da maioria dos jovens daqueles anos. Todos éramos “ovelhas negras”, todos rebeldes.

'Mania de Você' coroa a trajetória da cantora em 1979. E fez um grande sucesso.

Minha  geração, que vinha da explosão de "Je t’aime…moi non plus”, do francês Serge Gainsbourg, dez anos antes(1969), que fez grande sucesso no Brasil apenas nos anos 70, encontrou o caminho da liberdade sexual na nova música e grande sucesso da cantora.

Pela primeira vez fiz ou tentei fazer, “amor por telepatia' e 'imaginava loucuras'.

Sei que em algum momento vamos perder Rita, mas suas composições são eternas.

Para fechar a coluna, vou encerrar com os versos de sua composição “Doce Vampiro”, porque essa letra me joga para o passado. E que passado! Que vai longe, como a juventude que perdi…

Venha me beijar doce vampiro na luz do luar/Venha sugar o calor de dentro do meu sangue vermelho/ Tão Vivo, tão eterno  veneno/ Que mata sua sede/ Que me bebe quente como um licor/ Brindando a morte e fazendo amor."

OBS: Ah, nunca tive o prazer de encontrar Rita, ir a um de seus shows. Meu amor era platônico, fundado na admiração, na ousadia daquela mulher audaciosa, inteligente, que surgiu como um desafio em uma época  em que a liberdade de expressão era limitada.

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ASSUNTOS: liberdade, Rita Lee, sexo

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.