Conflito social no Sul Amazonas revela um dos lados mais perversos da civilização
O desdobramento do conflito social em Humaitá revela um dos lados mais perversos da civilização. A ganância de setores do poder econômico que agem na clandestinidade como “pontas de lança” na abertura de novas fronteiras parece não ter limites. Os grupos indígenas do Sul do Amazonas e suas reservas de terras são o último empecilho para o avanço da grande fronteira agrícola do país. São 1,2 mil indígenas donos de uma “mina de ouro” de 1,3 milhão de hectares. Por isso estão sendo atacados por grupos clandestinos organizados e armados principalmente por fazendeiros e madeireiros.
Os índios tenharim vivem o seu momento de agonia. O cacique Ivan Tenharim foi morto por espancamento. Logo em seguida, três pessoas da cidade foram sequestradas. Ninguém tem provas, mas todos dizem que elas desapareceram na área da reserva e que foram levadas pelos índios.
Foi o estopim para a explosão de ódio, racismo, discriminação e violência. Por trás, forças que agem com objetivos já conhecidos. Primeiro, explorar as riquezas naturais da terra; depois, vendê-la a preços milionários para o agronegócio.
Namoro, mas sem garantia de fidelidade
Apesar do namoro já “adiantado” com o PT amazonense, mas sem garantia de fidelidade total, o senador Eduardo Braga vai ter de esperar as definições dos demais partidos para fechar aliança. A questão maior é: quem sai e quem fica nos governos estaduais onde os governadores não têm mais direito à reeleição. Lula e Dilma não querem ouvir falar em “atrito” em nenhum estado. A ordem é esperar as coisas se arrumarem.
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Até agora o PT, o PCdoB e o PR são os aliados mais prováveis do PMDB de Braga no Amazonas. E de longe o PT é o mais importante em todos os aspectos. Só que a legenda agora não está mais nas mãos de amigos fiéis do senador.
Aperto nas casas noturnas
O prefeito Arthur Neto, que iniciou o mandato fazendo uma “varredura” geral nas casas de show de Manaus devido a falta de segurança, termina o ano sancionando uma nova lei que torna obrigatória a presença de um profissional com curso de primeiros socorros, certificado por instituição devidamente reconhecida, em eventos que reúnam um público superior a 500 pessoas. A lei atinge casas noturnas, boates e danceterias com grande concentração de pessoas.
Réveillon na Ponta Negra
O show do cantor Diogo Nogueira e banda na apresentação do réveillon, na Ponta Negra, vai custar R$ 273,97 mil, informa a Manauscult em contrato firmado com a empresa Dig Nog Produções, que representa os interesses do cantor.
Cidadão do Amazonas
Enquanto os tucanos de São Paulo e companhia brigam para ex terminar a Zona Franca de Manaus, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), acertou com o Estado do Amazonas a criação do entreposto de Ipojuca para fazer a distribuição de produtos da Zona Franca de Manaus ao Nordeste. Em razão disso vai ser homenageado com o título de cidadão do Amazonas pela Aleam.
Falta empenho
Enquanto a população de Santo Antonio de Matupi invade reserva indígena e detona porteiras e moradias dos índios, o deputado Abdala Fraxe (PTN) faz uma constatação. Para Fraxe, o governo federal foi ineficiente ao não tomasr providência para encontrar os três homens desaparecidos na reserva tenharim.
Cobrando o olho da cara
Nem o vereador Wilker Barreto, que tem comemorado a lei de sua autoria que disciplina a cobrança fracionada de estacionamento em Manaus, pode fazer alguma coisa contra o Amazonas Shopping que, depois de entrar com ação na Justiça, voltou a cobrar R$ 5 por qualquer tempo de estacionamento.
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.