Conspiração contra Manaus
Os vereadores não autorizaram a Prefeitura de Manaus a contrair empréstimo de R$ 600 milhões junto ao Banco do Brasil. A votação foi estranha. O placar de 19 votos a favor e 19 contra pareceu jogo de cartas marcadas, com o propósito de conferir protagonismo ao vereador Caio André, presidente da Câmara.
Caio desempatou, mas a rejeição já estava decidida. Pelo artigo 204 do Regimento da Casa eram necessários 27 votos para aprovação.
Houve comemoração. A oposição entende que impôs uma derrota ao prefeito David Almeida, mas penalizou Manaus que precisava do empréstimo para tocar obras de infraestrutura já em andamento.
Caio André justificou que o projeto enviado à Câmara pelo prefeito não era transparente. Se este era o caso, cabia ao presidente da Câmara buscar esclarecer as dúvidas. Mas prevaleceram interesses pessoais e políticos. A mesquinharia de sempre, que domina a política local em detrimento dos cidadãos.
Se houve derrota foi de Manaus, que precisa desfazer os gargalos existentes. Os projetos de infraestrutra que estão aí são mecanismos de desafogo, agora sob ameaça de paralisação.
Os prejudicados são exatamente os eleitores que elegeram o vereador Caio André e outros, mas não lhe deu autonomia para prejudicar a cidade.
Faltou grandeza ao presidente da Câmara Municipal de Manaus, que conspirou para a derrota do projeto. Mas não se pode exigir grandeza de quem insiste em ser pequeno.
ASSUNTOS: cmm, prefeitura de Manaus
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.