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Covid ‘associa-se’ a grandes negócios e mata mais 58 amazonenses


Por Raimundo de Holanda

18/08/2020 22h19 — em
Bastidores da Política



De 4 a 18 deste mês 58 pessoas foram enterradas tendo como causa mortis Covid 19. Os dados são da Semusp, secretaria da Prefeitura de Manaus,  responsável pelos cemitérios da cidade. A maioria dos óbitos - cerca de  500  no período pesquisado pela coluna - ocorreram em casa. O índice de subnotificações é grande e reconhecido por algumas autoridades.

Dos 500 mortos nestes 14 dias, pelo menos 100 teriam alguma relação com a ação do vírus, mas o Estado nega. Sem uma política de testes maciça, e com casos de contaminações atingindo inclusive o governador Wilson Lima,  é difícil mudar a cor do mapa do Estado que a Globo vem exibindo.

O vírus chegou ao governador de repente e ele recolheu-se. Foi ao melhor médico, teve um isolamento acompanhado e desfruta  as mordomias do cargo.

Pedro Braga, fotógrafo do Portal do Holanda, também foi atacado pela Covid. Fez tomografia, que mostrou o pulmão com 30 por cento de comprometimento. Foi mandado para casa com uma receita monstruosa.  Está esperando a cura.

Isaias  Oliveira, também jornalista do Portal do Holanda,  está com 60% do pulmão  comprometido, É apontado pelo governo como “curado”, mas sente não ser mais o mesmo. Como ele, os “curados” vão para casa sob sinistros aplausos, mas  sequelados. Como ele, milhares de outros amazonenses. “curados”, nunca mais serão os mesmos.

Lima, o governador, mesmo tendo contraído o vírus, mandou abrir as escolas e a contaminação aumentou.  Dos 112 mil infectados oficialmente,  a metade terá sequelas para a vida toda, outros morrerão sem direito a um enterro com a presença de parentes e amigos. E assim a morte viceja em um campo no qual a vida dos outros vale pouco frente aos grandes negócios aos quais a Covid acabou se associando…

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ASSUNTOS: Bolsonaro, covid mata em manaus, COVID-19, Moro, mortes por covid, wilson lima, Coronavírus

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.