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CPI da Seduc revela racha na base do governo e pânico na Assembleia


Por Raimundo de Holanda

08/07/2020 22h10 — em
Bastidores da Política



A instalação da CPI da Educação, que dependia da assinatura de deputados da base aliada - fragiliza ainda mais o governo Wilson Lima - já  envolto em problemas com outra CPI, a  da Saúde, e com um processo de impedimento em curso. A instalação só foi possível com o esvaziamento da base, o enfraquecimento do governo e o espirito de sobrevivência dos parlamentares.

Foi uma sinalização de que a água que penetrou no barco do governo  após a  Operação Sangria, da Policia Federal, há uma semana, é suficiente para afundá-lo.

Há um pânico instalado no centro nervoso do poder com o vazamento  de uma lista contendo nomes de deputados  que supostamente tinham negócios com o governo. Negócios não republicanos.

Há a expectativa de  vazamento de uma suposta planilha, com nome de financiadores da campanha eleitoral de 2018, informação não confirmada, mas  que acelerou o desmonte da bancada de apoio ao governo.

Há  verdade e mentira sendo misturadas e divulgadas num caldeirão nervoso  que gera instabilidade política em um momento delicadíssimo - com a volta do crescimento dos casos de covid19 e o desmonte da estrutura de saúde,  montada originalmente para fazer frente a pandemia.

Há um Executivo emparedado e um Legislativo amedrontado. A mistura disso é o caos - que se deseja evitar.

O que parece difícil diante do quadro de instabilidade  política e da falta de uma liderança que aponte para a necessidade  de manter os processos de impedimento e investigatórios em andamento, mas com a estrutura do governo respondendo com eficiência as demandas da sociedade, especialmente na questão da saúde e da retomada da atividade econômica, ainda patinando e sem rumo.

SOBRE A AÇAO DE IMPROBIDADE DO MPF

 De um especialista em direito administrativo consultado pela coluna:  “a análise da ação de improbidade movida pelo MPF me parece caolha”. Segundo o especialista, que preferiu não ter o nome citado,  os contratos administrativos podem durar até 60 meses de forma continuada e a Lei n8.666 permite uma prorrogação excepcional de mais 12 meses. “Entender diferente exige mudança da Lei 8.666/93. Coisa q não é competência do MPF.”

Ele continua dizendo que   “agiu corretamente o agente público que procedeu com a prorrogação excepcional, considerando a essencialidade dos serviços que norteiam as atividades da secretaria de educação”, mesmo porque, tal fato ocorreu, segundo afirmou, “durante a situação excepcional causada pelo estado de calamidade pública (pandemia), quando a própria estrutura administrativa do executivo foi obrigada ao isolamento,  o que por certo impôs ritmo diferente as medidas rotineiras da gestão pública”.

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ASSUNTOS: Amazonas, Bolsonaro, CPI da Seduc, hidrocloroquina, impeachment, wilson lima

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.