Cresce risco de afastamento do governador Wilson Lima
A composição da comissão do impeachment, que investiga denúncia de improbidade administrativa contra o governador Wilson Lima, foi seguida de um questionamento válido, que mais tarde levará, fatalmente, a um julgamento do eleitorado sobre parlamentares contra os quais há fortes suspeitas de favorecimento. Seja porque oito deles constam de uma lista obtida durante buscas da Polícia Federal no gabinete do governador, seja porque indicaram irmãos, primos, maridos, mulheres e cunhados para órgãos chaves do governo.
Assim como juizes, parlamentares impedidos ou suspeitos não devem conduzir um processo de impedimento, porque criam ambiente jurídico para a inevitável nulidade do julgamento.
Comprovada eventual relação promíscua entre parlamentares e o governador - e este é um forte indicativo - ficará comprometido o trabalho da comissão instalada com a presença dos deputados investigados.
Parece evidente que não atuam apenas como aliados eventuais do governador do Estado, mas mantenedores de negócios que não poderiam ter ou manter com o Executivo, exatamente pela função que exercem no Parlamento .
É importante assinalar que eles negam que mantenham negócios não republicanos com o governo, e o bom senso manda ouvi-los. Mas passariam para o eleitorado confiança, credibilidade, seriedade e compromisso público se tomassem a iniciativa de declarar suspeição, até que o caso seja exaustivamente investigado.
Afinal, a suspeita não gira apenas sobre nomes que integram a lista encontrada no gabinete do governador, mas vai além: incide sobre deputados que deveriam tomar a iniciativa de afastamento desse histórico processo de impedimento, pois pesa sobre os mesmos a suspeita, se não por dolo, mas por culpa, de estarem em posição que, no mínimo, merece ser esclarecida em beneficio da sociedade.
ASSUNTOS: CGU, governo do amazonas, impeachment, PF, respiradores, wilson lima
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.