Criminalizando os flanelinhas
- Ao contrário do que diz o secretário de segurança, coronel Vinícius, os flanelinhas não são um grupo criminoso ou extensão do crime organizado.
- A ação conjunta governo/prefeitura para resolver o problema parte de uma visão equivocada, tornando trabalhadores informais em bandidos.
- Há outras maneiras de resolver o problema, mas certamente não é da forma agressiva com que Estado e Prefeitura estão fazendo, criminalizando os flanelinhas.
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O Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus finalmente compreenderam que precisam trabalhar conjuntamente para resolver o problema causado pelos flanelinhas, que cobram preços extorsivos pelo estacionamento de veículos em locais onde são realizados grandes eventos.
O problema é que a ação conjunta governo e prefeitura para resolver o problema parte de uma visão equivocada, tornando trabalhadores informais em bandidos.
Em parte, o problema tem sua origem na distorção de projetos, como o da Arena da Amazônia, que tinha vagas para 2.500 carros, mas esse espaço acabou ocupado por uma série de edificações. O centro de convenções Vasco Vasquez e outras obras engoliram literalmente parte do projeto original do estádio.
Ao contrário do que diz o secretário de segurança, coronel Vinícius, os flanelinhas não são um grupo criminoso ou extensão do crime organizado.
O fato de manterem uma identificação, com coletes que espelham a luz de veículos, é por mera proteção. Se cobram preços extorsivos - e isso precisa ser revisto e tabelado - é em razão da ausência do poder público, que peca pelo fato de também não oferecer, como deveria, estacionamento para veículos em edificações destinadas a receber espetáculos de grande repercussão.
Quando tenta suprir essa ausência, é mais nocivo do que os flanelinhas, pois se limita a multar veículos estacionados em calçadas - exatamente por falta de oferta de espaço físico em torno do estádio.
Há outras maneiras de resolver o problema, mas certamente não é da forma agressiva com que Estado e Prefeitura estão fazendo, criminalizando os flanelinhas.
ASSUNTOS: Crime Organizado, flanelinhas, governo do amazonas, prefeitura de Manaus
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Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.