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Cristo não ressuscitou


Por Raimundo de Holanda

07/04/2023 16h42 — em
Bastidores da Política



 

No dia em que todo mundo está comendo chocolate e no qual a Páscoa se tornou uma festa pagã – com doces, passeios, vinhos e shop – Cristo é quase uma figura obscura, um nome apenas, não a revelação de que a ressurreição é possível – lembro mais uma vez de minha infância e como a Páscoa era um tempo de reflexão sobre o papel do Homem que revolucionou o mundo com suas ideias de amor, perdão, fraternidade.  O cara que morreu e depois ressuscitou para “redimir os pecados do mundo”.

É verdade que o mundo mudou e que Cristo tornou-se apenas um nome, quando não um produto comercializado entre os pobres pelas igrejas cata níqueis por 30 moedas - ou dízimo.

Mas voltemos ao tempo da infância, da Páscoa sem praia, chocolate, vinhos, sem cachaça e cerveja, da Semana Santa que começava na terça, com jejum, e se estendia à sexta com um silêncio total, uma dor compartilhada  pelos vizinhos e amigos do bairro inteiro, da cidade,  que viam como real e atual o sacrifício do filho de Deus. Tempos de fé. Tempos em que as pessoas estendiam as mãos e se abraçavam.  

Aquele tempo passou, mas o Cristo que aprendi a conhecer não está no ovo de páscoa disputado a tapa nos supermercados, nos doces enviados por amigos desatentos à fé. Esse Cristo morreu e não ressuscitou.

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A propósito, o livro que mais me impressionou na minha infância foi “O Pequeno Príncipe”, que ontem completou 76 anos. Acho que foi o livro que mais presenteie a amigos. Poucos leram. Deixo aqui a frase que marcou a minha vida, a cada decepção, a cada recuo forçado pelas circunstâncias:

“’É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo”.  – Saint-Exupéry – o autor do livro.

 

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ASSUNTOS: Páscoa, ressurreição de cristo, Semana Santa

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.