Compartilhe este texto

Cuidado com os que se intitulam defensores da democracia


Por Raimundo de Holanda

22/04/2023 19h15 — em
Bastidores da Política



 

Tenho insistido que é preciso ter cuidado com aqueles que se autointitulam defensores da democracia, mas abominam a liberdade de expressão. Com os que querem "regulamentar" as redes sociais, com os que se arvoram no direito de recomendar aos meios de comunicação que estabeleçam, mesmo  diante de fatos concretos, a autocensura. 

Mas que democracia eles defendem? O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, mantém um discurso dúbio sobre democracia, que de fato, como ele mesmo diz, “é inegociável, uma construção coletiva dos que acreditam na liberdade”. Mas essa construção coletiva - que o ministro defende - só é possível com o diálogo, que ele não admite, embora o Poder com prerrogativa para dialogar com a sociedade esteja do outro lado da Praça dos Três Poderes : o Congresso Nacional, que ao menos em tese não está sob seu controle.

Moraes tem razão em mirar as chamadas “milícias digitais”, mas as redes sociais também representam o coletivo e os “terroristas” são uma minoria que pode ser identificada, banida e submetida às leis do País. 

Punir o coletivo, com o controle das redes, é punir a sociedade e conspirar contra a democracia.

A grande  ameaça à sociedade brasileira e a democracia, que precisa ser atacada de frente, vem sendo ignorada: as organizações criminosas (PC,PCC...), que dominam as grandes capitais, matando, roubando, extorquindo, ameaçando. Pior, criando um Estado Paralelo e se infiltrando de. forma aberta e abusiva nos governos e suas instituições. 

Democracia tem muitos conceitos, mas o que melhor se aplica hoje, diante das contradições de ministros de governo e do Judiciário e de parte da imprensa é a do jornalista, já falecido, Millôr Fernandes: “Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim”. 

 

Siga-nos no

ASSUNTOS: Alexandre de Moraes, atos antidemocrático, democracia, fakenews, milicias digitais, orcrim

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.