CV abandona Monte Horebe levando armas e drogas
- O anúncio da operação, feito de forma precipitada pelo governo do Amazonas, abriu espaço para a organização criminosa deixar o local com o seu rico arsenal e a cocaína.
O Comando Vermelho abandonou o Monte Horebe levando armas e drogas. Isso ocorreu horas depois do anúncio feito na sexta-feira pelo governo do Amazonas, de que montaria uma espetacular operação de reintegração da área - parte reivindicada pela União, parte por construtoras .
O anúncio, feito de forma precipitada, abriu espaço para a organização criminosa deixar o local com o seu rico arsenal e a cocaína. Ficaram os moradores, livres do jugo do tráfico, mas agora submetidos ao medo do aparato estatal que deve entrar no bairro com homens armados e tratores ainda na madrugada desta segunda-feira.
Provavelmente não haverá resistência. Mas montou-se um grande circo em torno da operação. O governo disse, em nota, que até representantes das Nações Unidas estarão presentes, para supostamente acompanhar e avaliar as medidas que serão tomadas. A coluna apurou que não há representantes da ONU no Amazonas.
CENSURA À IMPRENSA PELO GOVERNO
Com uma nota divulgada neste domingo, o governo do Amazonas praticamente colocou em ‘estado de sítio’ a invasão Monte Horebe, e estabeleceu censura à imprensa na ação policial que vai promover o despejo de centenas de famílias. A mídia não poderá noticiar os fatos reais. Com o local todo cercado e sitiado, a violência comum nessas ações policiais militares será ‘peneirada’ pela Secom. E aí restará à imprensa uma infinidade de perguntas sem respostas.
“O acesso na região (...) será limitado ao perímetro de segurança da operação, em virtude dos riscos detectados pelo setor de Inteligência do órgão”, diz a nota.
JORNALISTAS CONFINADOS
Os jornalistas estarão confinados na Escola Militar VI, localizado no Residencial Viver Melhor. Ficarão impedidos de relatar e gravar com fidelidade toda a ação policial desta segunda-feira.
ASSUNTOS: comando vermelho, cv, Manaus, Monte Horebe, Retirada de invasores
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.