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A dança dos periquitos sob o olhar dos parlamentares do Amazonas


Por Raimundo de Holanda

11/06/2023 23h12 — em
Bastidores da Política



 

A revoada de periquitos na Avenida Ephigênio Sales é um espetáculo.  Mas está longe de ser compreendido como “patrimônio cultural e imaterial”, conforme projeto de Lei apresentado pela Deputada Joana Darc (União Brasil). Não é  parte da cultura local. É um fenômeno temporal, cujo esgotamento já é visível, na medida em que as poucas mangueiras que alimentam e servem de abrigo aos pássaros  começam a ser dizimadas. 

Mas o projeto avançou na Comissão  de  Constituição, Justiça e Redação da Assembleia Legislativa do Amazonas, sem que nenhum parlamentar que a constitui avaliasse em que termos a proposta se sustentava. Patrimônio cultural imaterial de quem? 

Os periquitos de asa branca vão e vêm, não são parte de uma cultura  nem  de um grupo cultural. O fenômeno é temporal

O projeto da deputada prevê recursos do Estado do Amazonas para a manutenção do que ela, equivocadamente chama de “patrimônio cultural”. 

Joana é uma parlamentar ativa, com foco em animais. 

É louvável que levante essa bandeira. Mas também é vítima - como a grande maioria dos parlamentares no Brasil,  avaliados não pela contribuição que podem dar ao Estado e ao País, acompanhando a ação dos  governos e fiscalizando-os, mas pelo  número de projetos que apresentam. Daí deriva esse cipoal de legislação confusa, errática, que atrapalha e atropela a vida dos cidadãos

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ASSUNTOS: Joana Darc, Manaus, periquitos asa banca

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.