Compartilhe este texto

Defesa da conselheira Yara Lins passa pelo seu afastamento do TCE


Por Raimundo de Holanda

06/11/2023 19h45 — em
Bastidores da Política


  • Ao insistir em manter a posição atual - de relatora das contas da saúde, agora sob suspeição, e presidente do TCE - a conselheira Yara assume um desgaste desnecessário e contribui diretamente para o desmonte da imagem do tribunal.

Há fortes indícios de que o deputado federal Fausto Júnior e sua mãe, Yara Lins, participaram de uma organização criminosa que se apropriou de dinheiro público durante a pandemia de covid 19. As investigações apontam para o envolvimento de mãe e filho com empresas e funcionários públicos que atuavam no Pronto-Socorro 28 de Agosto. 

O  rastro de malfeitoria atribuído à conselheira  - que demandou  em inquérito que acaba de chegar ao Supremo Tribunal Federal  - precisa ser avaliado também pelo TCE, mesmo considerando as fraturas que essa iniciativa, absolutamente imprescíndivel, possa provocar na imagem de um tribunal que degenera a cada dia. 

Cabe ao TCE se antecipar aos fatos investigados e tirar da conselheira a atribuição de julgar as contas da saúde, onde teria favorecido as empresas investigadas. É  uma medida necessária, que deve durar ao menos até o julgamento do caso pelo STF, quando Yara terá oportunidade de se manifestar.

Não se trata de fazer um pré-julgamento dos atos de Yara, mas preservar o tribunal,  já excessivamente exposto, e blindar a conselheira de eventuais alegações de suspeição. 

Como todo acusado, Yara tem o direito de se defender  e provar que está sendo vítima do que ela chama de “perseguição política”.  Como prova de  sua honestidade  e espírito público,  poderia ser de sua iniciativa pedir afastamento da Corte até julgamento do caso pelo STF. 

Ficar na posição atual - relatora das contas da saúde, agora sob suspeição, e presidente do TCE, a conselheira Yara assume um desgaste desnecessário e contribui diretamente para o desmonte da imagem do tribunal.

Veja também:

Família de Yara Lins investigada pelo STF  

 

Siga-nos no

ASSUNTOS: FAUSTO JUNIOR, TCE-Am, YARA LINS

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.