O caso Adail Filho e a Justiça
As denúncias envolvendo mensalinho supostamente pago a vereadores e atraso em pagamento de precatórios em Coari chegaram ao Judiciário com uma forte dose de veneno. Há excessos no pedido do Ministério Público e grupos de interesse agindo nas sombras de forma afrontosa, como se fossem capazes de influenciar uma decisão extrema, que leve ao afastamento e prisão do atual prefeito.
Nada mais intempestivo e abusivo. Por isso cabe ao magistrado mais do que isenção - um debruçar sobre o caso, neutralizar as toxinas que podem afetar sua decisão e o resultado será a justiça com seu soro saneador.
É oportuno lembrar a advertência feita nesta quarta-feira no Senado pelo novo procurador Geral da República, Augusto Aras, sobre o papel dos órgãos de controle e do próprio Judiciário, porque atual e pode levar a uma profunda reflexão de todos aqueles interessados na justiça:
“Os membros do Ministério Público e do Judiciário podem muito, mas não podem tudo. O tudo está limitado pela Constituição. Nós precisamos disto, desta compreensão. O nosso pacto social recomenda que sejamos escravos da lei para que não sejamos escravos dos homens”.
Salutar isso. E bom para reflexão deste caso relativo a Coari.
ASSUNTOS: Adil Filho, coari, Judiciário, mensalinho, mp-am
Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.